O Labirinto de Amor romance Capítulo 71

- Nossa, por que está magoado assim? - Joana estava prestando atenção no que acontecia do lado de fora enquanto limpava a cozinha. Ela correu para ver Guilherme assim que ele voltou.

Me sentei no sofá e olhei para Guilherme, vi seu lindo rosto machucado, ainda com um pouco de sangue no canto da boca. Mesmo assim, ele ainda mantinha sua postura e sua energia.

Joana procurava um kit de primeiros socorros para ele. Parei de olhar para ele e, então, olhei para Joana, de relance, e disse:

- Está tarde, vou descansar.

Joana imaginou que não era uma boa hora para outros comentários.

Subi direto para evitar o olhar profundo e assustador de Guilherme.

Às vezes, se eu tomasse iniciativa de perguntar sobre algo, iria me tornar mais humilhada. Eu tinha algo a esconder, e ele também tem muitos segredos que nunca foram revelados a mim.

Guilherme fumava na varanda quando saí do banheiro. Com seu corpo alto, magro, frio e solitário.

Vislumbrei sua silhueta, desviei o olhar e me sentei à penteadeira para minha rotina de skin care.

Eu não sabia quantos cigarros ele fumou na varanda mas, ao sair, me olhou com indiferença e foi direto para o banheiro.

Depois de secar o meu cabelo, me deitei na cama para dormir.

Nesta mesma cama com a qual se divide diversos sonhos.

A noite de verão na Cidade de Rio era quieta até demais, mas os insetos, peixes, pássaros e os animais no quintal se divertiam juntos, enquanto o luar iluminava o quarto através da janela.

Me senti desconfortável, tentei me arrumar na cama, mas fui segurada por duas mãos grandes.

Quando acordei, percebi que Guilherme queria transar comigo.

Lancei um olhar de desgosto, disse:

- Se não me excito com você acordada, imagine dormindo!

Ele ficou tenso, com a raiva visível em seu olhar, mesmo no escuro:

- Está tirando desforra de mim?

Ainda sonolenta, fechei os olhos e disse:

- Não mesmo!

- Haha! - Ele disse, de forma áspera:

- Então é má vontade.

De fato, pensei comigo mesma, há um péssimo homem por baixo de suas boas roupas.

Mordi meus lábios para suportar aquilo em silêncio.

- Não quer fazer nada mesmo? - Ele reclamou ao perceber minha indiferença:

- Isso é uma desculpa para me rejeitar?

Deixei que ele fizesse o que bem quisesse e não disse nada.

Ele parou depois de um bom tempo e acendeu a luz sob a mesa de cabeceira, se preparou para me carregar para o banheiro como de costume.

Mas, quando me viu, seu olhar ficou distante e sua mão, que segurava na minha barriga, me apertou mais forte.

Ele me disse, com uma voz magoada:

- Por que você não gritou?

Apesar de não dizer nada, eu estava tonta e sentia dores fortes na barriga, o que, junto de todo aquele sangue, me dizia que o bebê poderia ter morrido.

Como dizer isso? Eu sentia um pouco de dor, mas era no coração.

Dói como se algo estivesse preso dentro de mim e eu não pudesse respirar.

Bam! Guilherme, ao sair da cama, tropeçou e bateu no sofá.

Eu observei tudo sem dizer nada.

Ele demorou muito para que, com seus dedos trêmulos, conseguisse desbloquear o celular e fazer a ligação.

Atenderam logo em seguida, Guilherme disse, apreensivo:

- Ela está sangrando, preciso de uma ambulância.

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