Reconquistando a Ex-Esposa: Paixão e Poder romance Capítulo 1288

Giselle Assunção recostou-se exausta no banco traseiro do carro ao voltar para ele. Depois de uma noite mal dormida, suas bochechas doíam em ondas de desconforto. Através da janela do carro, ela viu sua mãe ainda sentada dentro da loja, aparentemente muito feliz, com várias notas de dinheiro ao seu lado, irradiando satisfação. Logo, um homem caminhou em direção à loja. Mesmo depois de tantos anos, Giselle Assunção o reconheceu imediatamente; era seu padrasto, o homem que quase a violou. Quando sua mãe presenciou o incidente, o homem não se abalou, confiante de que ela não tomaria o lado de Giselle. E como previsto, naquela noite, sua mãe deu um tapa em Giselle. "Como você pode ser tão vulgar, tão jovem e já seduzindo seu padrasto! Você não tem vergonha? Vá dormir agora!" Naquela época, Giselle não entendia por que, após passar por tal trauma, ainda era ela quem recebia um tapa e era reprimida por sua mãe. Depois que conheceu Felipe Damasceno, o padrasto finalmente parou de tentar qualquer coisa. Giselle segurou firmemente o volante, desejando poder simplesmente acelerar o carro e atropelar aquele homem. Ele estava mais gordo, parecendo de longe uma larva se contorcendo. Giselle não entendia o que sua mãe via nele. Ela se sentiu nauseada só de pensar, a ponto de não conseguir dirigir. Rapidamente, saiu do carro e correu para um canteiro de flores próximo, onde vomitou. A visão daquele homem trouxe de volta os traumas da infância, fazendo-a sentir tonturas. Ela começou a se perguntar se sua mãe havia convidado aquele homem para o encontro. A náusea de Giselle piorou, e ela vomitou novamente, incapaz de expelir nada além de bile, já que não havia comido nada naquele dia. Ela pegou uma garrafa de água mineral do carro, tentando enxaguar a boca, quando ouviu uma voz repugnante. "Gisel, é realmente você? De longe, quase não te reconheci." A larva tinha se aproximado. Giselle levantou a cabeça, encontrando o queixo oleoso do homem e sua testa brilhante, como uma lâmpada de centenas de watts. Seu rosto se contorceu em desgosto e ela jogou a água no homem. "Suma daqui!" Ela o encarou, desejando poder despedaçá-lo. Mas o homem apenas sorriu maliciosamente, olhando-a de cima a baixo sem discrição. "Gisel cresceu, agora até joga jogos com o namorado. Lembro que quando você era pequena e eu queria jogar contigo, você chorava. Sua mãe te batia tão forte por isso. E agora, cresceu, quer jogar comigo?" Giselle tremia de raiva, desejando ter uma faca para atacar aquele homem. Os anos passaram, mas o ressentimento só cresceu. O homem estava encharcado, fingindo que iria abraçá-la, quando a voz da mãe de Giselle ecoou, "O que vocês estão fazendo?" O homem rapidamente recuou, dizendo, "Há anos não vejo a Gisel, só queria cumprimentá-la." A expressão da mãe de Giselle imediatamente se tornou impaciente. "Giselle Assunção, por que você ainda está aqui?" Ela parecia temer que Giselle desse mais atenção ao seu homem. Giselle só pôde rir, encontrando a situação tanto cômica quanto trágica. Ela se sentia ainda mais desolada ao ser ignorada por sua mãe, percebendo que nem mesmo com dinheiro podia comprar o afeto familiar. Giselle Assunção entrou no carro, meio atordoada, e ouviu o homem dizer à mãe de Giselle: "Seja um pouco mais gentil com ela, afinal, a bolsa que você está carregando foi um presente dela. Mas é verdade, a Giselle mudou muito, como dizem, 'mulher se transforma aos dezoito'." "O que você está tramando? Aquela descarada te disse alguma coisa para tentar te seduzir?" "De jeito nenhum, amor. Vamos, vamos comer algo." O homem carregou a mãe de Giselle nos braços, e os dois se dirigiram ao mesmo restaurante de antes. Observando a cena, Giselle Assunção tentou ligar o carro, mas suas mãos estavam trêmulas e sem força. Ela lutou para recuperar o controle de si mesma, sentindo como se sua alma tivesse sido drenada, deixando-a vazia. Foi quando o telefone de Patrícia Ribeiro tocou, perguntando sobre os recentes acontecimentos na empresa. Giselle Assunção teve que reunir toda a sua energia. "Presidente Ribeiro, tudo está bem. Diego Nunes foi indicado para um prêmio recentemente, o roteiro de Talita Barbosa está progredindo, e a participação de Sandra Lobato em um filme de Hollywood foi revelada. Lembra-se de como ela ficou famosa por aquela foto? Agora, com o lançamento do filme, ela ganhou quase dez milhões de fãs leais e tem sido bem ativa no Twitter, sempre postando em grade de nove fotos. Ela está se esforçando." Patrícia Ribeiro respirou aliviada; ela estava cega e incapaz de lidar com a papelada. "Giselle Assunção, vou precisar que você cuide das coisas da empresa por um tempo. Estou com um problema de saúde e não consigo ler os documentos." "Claro, Presidente Ribeiro, cuide da sua saúde." Depois de desligar, Patrícia Ribeiro sentiu a brisa do lado de fora e suspirou. Ela tinha mencionado a contratação de um psicólogo pela manhã, mas Rafael Souza não concordava, sugerindo apenas que ela descansasse. No fundo, Patrícia Ribeiro também não queria admitir que pudesse estar enfrentando problemas psicológicos. Ela caminhou para fora do quarto, seguindo a voz de Rafael Souza que vinha do escritório, onde ele estava lidando com uma pilha de documentos da família Souza. Patrícia Ribeiro entrou e, guiada pela voz dele, abraçou-o pelo pescoço. "Patrícia, o que foi?" "Seu ferimento ainda dói?" "Não dói mais. Você ainda está preocupada? Eu disse que está tudo bem. Você deveria descansar um pouco no quarto, talvez seja só o estresse que está fazendo você ter pesadelos." Patrícia Ribeiro queria dizer mais alguma coisa para tranquilizá-lo também. Mas, de repente, como se uma corda em sua mente tivesse se rompido, a voz de Rafael Souza começou a alternar, ora soando como a de Sr. K, ora voltando a ser a de Rafael Souza. Ela se levantou subitamente, recuando em pânico.