Rejeitada, mas reivindicada pelos seus quatro alfas romance Capítulo 144

— Há, certo. — Eu franzo os lábios com raiva, depois sorrio ao me agarrar à conexão familiar entre nós. Não foi assim tão difícil, encontrei em meros segundos. Talvez eu realmente melhore nisso.

— Vai se foder, Cleo.

Com essas palavras de despedida, me afasto da conexão.

Enquanto a minha alma é sugada de volta para fora da caverna negra, um alívio me preenche.

Eu consegui, eu quebrei a conexão e saí de lá antes que ela pudesse drenar a minha essência e ficar seca para toda a vida.

Mas uma pequena parte de mim permanece tensa, esperando que o agarrão afiado e mágico de Cleo, se envolva de volta em mim e me puxe para as suas garras. Mas isso não acontece.

Talvez eu a tenha surpreendido.

Talvez eu realmente tenha conseguido a vantagem, Deus queira.

O vento parece correr ao meu redor enquanto sou arremessada pelo éter. Mas eu não emergi de volta no lugar de onde saí. Não acordei na cama de Archer com os meus companheiros.

Em vez disso, acordo amarrada à mesa no porão do meu tio.

Clint se inclina sobre mim, cercado pela lâmpada de halogênio que brilha do alto. Ela projeta sombras duras em seu rosto rochoso e, agora mais do que nunca, ele parece um vilão.

Ele está sóbrio, consigo perceber porque o branco de seus olhos não está cheio de veias, e seu nariz grande e proeminente não está vermelho.

O que torna ainda pior é que ele está se inclinando sobre mim com uma faca. Essa crueldade nem sequer é alimentada pelo álcool. É tudo ele. Que tipo de homem esquarteja uma garota adolescente por diversão?

Eu sei que isso não é real porque Clint está morto. Trystan arrancou a sua garganta, e enterramos o sociopata em uma cova rasa na floresta.

Olhando agora, é óbvio que esse homem não era meu tio. Nós não nos parecíamos em nada, na verdade.

Clint tinha a pele escura e amadurecida pelo sol de Montana, e cabelos grossos de um tom quase preto. Eu era tão ingênua em acreditar que tinha que ficar com ele, já que ele era a minha única família sobrevivente.

Ele não era família para mim de jeito nenhum.

Eu luto contra as minhas amarras enquanto Clint se inclina sobre o meu torso, estendendo a mão livre para redirecionar a lâmpada para ter melhor iluminação.

Então ele enfia a faca em minha pele e eu grito.

A dor é intensa. É tão horrível que é impossível pensar, e não consigo entender o que está acontecendo ou como isso é possível. Será que isso é real? Será que de alguma forma viajei no tempo? Ou é um pesadelo, uma memória trazida à tona por...

Cleo.

Com horror, percebo que não estamos sozinhos. A bruxa de cabelos escuros está no canto, apenas fora da vista além da luz intensa. Eu não teria percebido se não estivesse procurando por ela, e mesmo agora, tudo o que consigo ver são os brilhos de seus olhos.

Isso é uma memória, percebo. Quando tentei me libertar de seu controle e voltar ao meu corpo, ela me redirecionou para cá.

E ela me seguiu.

Isso não é real. Não está realmente acontecendo. Mas isso mal importa, a dor parece pior do que jamais senti em meus pesadelos. Quase pior do que quando aconteceu na vida real. Clint corta fundo em meu estômago, murmurando consigo mesmo enquanto eu grito e choro.

Minha garganta está rouca, e lágrimas quentes marcam caminhos pelas minhas bochechas e cabelos.

Todas as vezes que experimentei isso repetidamente em meus sonhos, nunca senti esse tipo de agonia. É como se eu estivesse realmente aqui, desta vez, não apenas lembrando disso em meu subconsciente, mas deitada nesta mesa, revivendo enquanto Cleo observa.

— Que intrigante. — Ela murmura, dando alguns passos para o lado, enquanto Clint se readapta e a impede de ver.

— É assim que estamos conectadas, então. Os sigilos.

Clint não dá indicação de que ouve a bruxa, mas eu me calo imediatamente, virando a cabeça para olhá-la com raiva nas sombras.

— Sua bruxa! — eu rosno — Você fez isso. Você nos trouxe para cá.

Clint continua esculpindo como se eu não tivesse falado nada. Sinto como se estivesse no meio de um filme de terror, incapaz de escapar, presa entre as duas pessoas mais perigosas da minha vida.

— Sigilos. — Cleo murmura enquanto se aproxima. Seus sapatos clicam no chão do porão, e soa tão real que arrepios surgem sobre minha pele. — Mas porquê, humm?

Então ela levanta uma única mão, estendendo-a em minha direção, e a dor da facada de Clint cresce exponencialmente. A dor aumenta até eu estar cheia de uma agonia ardente, e a magia de Cleo está por toda a parte, ao meu redor, dentro de mim, me rasgando por dentro.

Ela está me atacando, como fez da primeira vez que me arrastou para a conexão. É isso, é isso que eu temia.

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