Rejeitada, mas reivindicada pelos seus quatro alfas romance Capítulo 196

Alguém estava falando e minha cabeça latejava. Minha boca parecia papelão. O que diabos estava acontecendo?

As memórias da caverna e do Tyler voltaram como uma onda. Eu deveria estar morta. Mas eu não me sentia morta. Eu me sentia péssima. Eu tinha certeza de que se estivesse morta, não estaria sentindo nada, certo?

Eu podia sentir o chão debaixo de mim e a brisa movendo o ar. O cheiro de fogueira e pinheiro enchia minhas narinas. Estava claro que eu estava do lado de fora e parecia escuro o suficiente através das minhas pálpebras para ser noite. Havia algo me cobrindo, um cobertor talvez?

Mantive os olhos fechados e ouvi as vozes. Será que o Tyler e seus amigos voltaram para mim? Eles iriam me matar eles mesmos ou me trouxeram de volta para me salvar? Será que tudo isso era algum tipo de viagem de cabeça fodida?

Um calafrio percorreu meu corpo quando percebi que não conhecia aquelas vozes. Reconheceria a voz do Tyler em qualquer lugar. Odiava admitir, mas era verdade. E aquela não era a voz do Tyler.

"Ela está acordada", alguém disse.

O silêncio se instalou ao meu redor e eu diminuí minha respiração, esperando enganá-los. Eu precisava de mais informações.

"Sabemos que você está acordada, então é melhor se sentar e abrir os olhos", disse uma voz profunda e sexy.

Com um suspiro, deixei minhas pálpebras se abrirem. Estava escuro e levei um momento para me ajustar. Olhei ao redor e confirmei que estava do lado de fora e a única luz vinha de uma fogueira crepitante e da lua no alto.

Me ergui para sentar e rapidamente percebi que estava nua. O que eu pensava ser um cobertor era uma camisa de flanela masculina. Rapidamente a puxei sobre mim para me cobrir da melhor maneira possível.

"Já te vimos nua", disse a voz sexy. "É melhor colocar a camisa direito."

Olhei para o homem sentado perto da fogueira. Apenas consegui dar uma olhada rápida em seu rosto bonito antes que ele se virasse para longe de mim. Ele estava sem camisa e a luz da fogueira fazia com que todos os músculos ondulantes de suas costas e ombros parecessem ainda mais intensos do que provavelmente eram na vida real.

Claramente, ele era o dono original da camisa que eu poderia usar como vestido. O que significava que ele era enorme. Ele parecia grande sentado ali ao lado da fogueira, mas o homem ao lado dele era igualmente grande, dando a impressão de que ele era um tamanho mais normal. No entanto, eu sabia que ambos os homens tinham mais de seis pés de altura. E com base nos músculos nele, ele não era alguém que eu queria irritar.

Ao lado dos dois homens enormes, estava uma mulher pequena que parecia ter a minha idade. Não tinha certeza se ela era de tamanho médio ou se parecia menor ao lado dos dois gigantes.

"Você está decente?" A voz sexy perguntou, sem olhar para mim.

Puxei a camisa e a abotoei rapidamente. Quando me levantei, a camisa grande caiu para cobrir meus quadris e traseiro. Era grande o suficiente para agir como um vestido e eu estava grata pela cobertura. Embora a nudez não fosse um grande problema na alcateia, eu não tinha ideia de quem eram aquelas pessoas.

A fogueira crepitava e estalava, um som caloroso e acolhedor que quebrava o silêncio constrangedor.

Eu não tinha ideia do porquê de estar nua.

Ou por que eu estava viva.

"Você fala?" a mulher perguntou.

Seu cabelo preto brilhava à luz da fogueira e seus olhos pareciam gentis, sua expressão parecendo piedade ou preocupação.

"Você era um lobo quando te encontramos." A voz da mulher era gentil.

"Eu estava amaldiçoada; eu não posso me transformar." Dizer as palavras em voz alta sempre doía. Eu me dizia que tinha aceitado meu destino na vida, mas sempre me perguntaria como teria sido se eu não tivesse herdado a maldição da família.

"Que terrível, não consigo imaginar não me transformar. Você deve estar com muita dor", ela disse.

"Bem, é uma boa história, de qualquer forma", disse a Voz Sexy.

"É verdade, mas não preciso que acreditem em mim." Eles me salvaram, o que não podia ser dito de nenhum dos membros da minha alcateia, mas ainda eram estranhos.

"O que aconteceu com você? Você se lembra de como chegou aqui?" a mulher perguntou.

"Eu estava nas cavernas. Eu caí. Foi uma queda longa." Olhei para cada um deles. Não havia como eu explicar tudo. Era constrangedor e me fazia parecer fraca. "Então acordei aqui."

"Seu lobo deve ter te salvado. Já ouvi falar disso acontecendo, mas nunca conheci alguém que passou por isso." A mulher se levantou e veio até mim. "Eu sou Sheila."

"Lola", eu disse.

Sheila estendeu a mão e eu a peguei sem pensar. Nada disso fazia sentido. Eu não deveria me transformar. Eu realmente deveria estar morta.