Rejeitada, mas reivindicada pelos seus quatro alfas romance Capítulo 26

Sable

Quando acordo com a luz do sol da manhã tardia, os quatro homens já estão acordados. Consigo ouvir o murmúrio baixo de suas vozes conversando do fundo da cabana. Eu saio da cama, pego emprestada uma das camisetas da Amora e um shorts da minha mochila, me visto, passo os dedos pelo meu cabelo antes de sair para me juntar a eles na cozinha.

Archer está em pé sobre o fogão a lenha enquanto algo delicioso fervilha na frigideira de ferro fundido. Ele olha para cima quando eu entro e me oferece um sorriso brilhante. "Bom dia. Dormiu bem?"

"Depois do interlúdio da noite passada, sim" respondo, passando por ele para me juntar aos outros na mesa.

Já há pratos esperando - um prato cheio de panquecas, uma jarra de xarope aquecido, um prato de salsichas e uma tigela menor de ovos mexidos.

"Estamos tendo um banquete" observo enquanto me sento entre Dare e Trystan. Tento manter meu tom provocativo e descontraído, mas estou morrendo de vontade de comer tudo o que está nesta mesa. O café da manhã na casa do meu tio geralmente se resumia a cereais ou aveia - uma refeição completa como essa era algo que eu só tinha visto na televisão.

Archer coloca mais algumas salsichas na tigela. "Eu achei que todos merecíamos um bom café da manhã"

Depois que ele se senta, todos nós enchemos nossos pratos e começamos a comer. Por um tempo, estou tão envolvida em comer - e em saborear cada mordida - que não presto atenção à conversa ao meu redor. Apesar da tensão que encheu a sala na noite passada, os homens parecem ter se acomodado em um arranjo mais confortável à luz da manhã.

Estou com a boca cheia de panquecas doces e xarope quando há uma pausa na conversa, e Dare olha diretamente para mim e diz: "O que aconteceu com você na noite em que quase te atropelei com o meu carro?"

A cozinha fica em silêncio. Os outros três homens se viram para me olhar, seus olhares tão questionadores quanto o de Dare.

Ridge fala primeiro, inclinando a cabeça para o lado. "Vocês dois já se conheceram antes?"

Termino de mastigar minha mordida de panquecas e lavo com um gole de café, ganhando algum tempo. Eu me abstive de contar aos metamorfos muito sobre o meu passado além do que eles já deduziram - é impossível esconder as cicatrizes na minha pele, e sei que Ridge deu uma boa olhada nelas quando trocou minhas roupas.

Definitivamente não mencionei a noite em que fugi do caminhão do tio Clint. Nem é porque quero esconder isso deles, exatamente. Falar sobre isso apenas parece... difícil.

Mas não sinto pena de Dare quando ele me pergunta. Em sua posição, provavelmente eu também gostaria de saber por que uma mulher assustada e de olhos selvagens quase me fez sair da estrada na escuridão.

"Você estava fugindo" Dare acrescenta, olhando ao redor para os outros metamorfos.

Nisso, Archer diz rapidamente, "Não perguntamos sobre o passado de Sable"

Trystan lança a Dare um olhar assassino, e os ombros de Ridge se contraem enquanto ele segura o garfo firmemente, como se estivesse considerando se precisará usá-lo como arma ou não.

A proteção deles é doce, verdadeiramente. Mas não consigo mais manter em segredo a dor do meu passado. Lembro vividamente dos olhos assombrados de Dare na noite passada. Ele conhece a dor, assim como Archer. Assim como todos eles provavelmente conhecem, em algum grau. Nenhum desses homens vai me julgar pelas coisas que sobrevivi. Mas talvez saber dessas coisas os ajude a me entender melhor.

Nos ajude a nos conectarmos mais.

E não importa o quão insegura eu estava sobre tudo isso no início, estou percebendo que realmente quero isso.

Quero conhecer esses homens, de todas as maneiras possíveis.

Minha garganta se aperta ao engolir, lembrando da piedade nos olhos do Dr. Patil.

"Então, no caminho de volta, um veado atravessou na frente do caminhão do meu tio. Ele pisou no freio e paramos a tempo. Estávamos atravessados na estrada. Olhei para fora e vi o veado que quase atingimos e percebi que ele era mais livre do que eu. Tive esse momento de absoluta clareza, e simplesmente... simplesmente abri a porta e corri. Bem na frente do seu carro" acrescento com um sorriso trêmulo.

O silêncio se instala na sala quando termino de falar.

Odeio ter acabado com o clima. Foi um bom café da manhã, um pouco descontraído e cheio de energia. Uma vasta melhoria em relação à noite passada. E eu estraguei isso. Embora minha história de vida só pudesse baixar o astral, mesmo que não seja minha culpa.

"Deveria ter fugido mais cedo," murmuro, envolvendo meus dedos em torno da xícara de café quente à minha frente. Finalmente perco minha batalha contra as lágrimas ardentes, e elas escorrem pelos cantos dos meus olhos. "Deveria ter sido mais forte"

À minha esquerda, Trystan se inclina para frente. Ele estende um dedo e afasta a lágrima que escorria em direção à minha linha do maxilar. Minha respiração prende na garganta, meu corpo reagindo ao seu toque como se uma corrente elétrica fluísse entre nós.

Eu o olho, nossos olhares se encontrando. Ele é um cara tão orgulhoso, confiante, tão difícil de ler, mas seu rosto é um livro aberto agora.

Então, antes que eu possa processar completamente o que ele está fazendo, ele se inclina e me beija.

Não é duro ou exigente, não como eu esperaria dele. Seus lábios se encontram com os meus, quentes e firmes, enviando um arrepio pela minha espinha, mas ele me solta sem levar adiante.

"Você não é fraca," ele diz roucamente, enfiando os dedos em meus cabelos e segurando meu rosto gentilmente. "Você fez o que fosse preciso para sobreviver. Isso é força, Sable. O tipo de força mais poderosa que existe"