Rejeitada, mas reivindicada pelos seus quatro alfas romance Capítulo 331

Não consigo acreditar que fiz isso.

Passando as pontas dos meus dedos sobre as indentações das minhas palavras no papel, tento lembrar como me senti quando as escrevi. Ideias vagas como "exaltado" e "aterrorizado" vêm até mim, mas não consigo reviver aquele dia, não importa o quanto eu imagine.

Foi o dia em que minha vida mudou completamente. O dia em que invoquei o direito de deixar nossa matilha e viver uma vida mortal por cinco anos, em vez de simplesmente aceitar a transformação e me tornar um lobisomem completo.

O interfone tocou com seu suave anúncio de café da manhã e coloquei meu antigo diário de volta na gaveta ao lado da cama, onde ele aguardou meu retorno nos últimos cinco anos. Mas não sou mais a jovem de dezessete anos que eu era quando parti. Sou uma estranha adulta no quarto daquela garota, com suas cortinas de cama rosa suave e móveis brancos brilhantes.

Você acabou de chegar em casa, lembro a mim mesma. Dê tempo.

Vou até a penteadeira onde passei tantas horas de adolescente praticando minhas habilidades com delineador e contornando meu rosto para a perfeição Kardashian. As coisas eram muito mais simples naquela época, antes de eu ouvir falar do Direito de Acordo. Eu passo rapidamente pela minha rotina de maquiagem - posso ter chegado no meio da noite, mas Vivianne Dixon espera que seus filhos pareçam "aceitáveis" de acordo com seus padrões, não importa as circunstâncias - e reviro um dos meus baús de roupas em busca de uma blusa camponesa de seda floral e jeans escuros.

Minha casa de infância é uma mansão "moderna" ultrapassada que meus pais mandaram construir sob medida no final dos anos oitenta, muito antes de eu nascer. Nossa espécie - a espécie deles, até que eu tome minha decisão final - vive tempo suficiente para cometer muitos erros de estilo. Mãe e pai já começaram o café da manhã na sala de jantar branca e oblonga. A mesa de jantar de Lucite preto está posta com pratos brancos quadrados com mais comida do que vamos comer, e mãe olha para cima enquanto pega uma porção de frutas mistas de um deles. A luz azul fria da manhã cedo se filtra pelo teto octogonal e cria um halo de prata ao redor de seus cabelos grisalhos.

"Querida, não esperava te ver esta manhã. Hudson disse que você não chegou até quase às quatro." Ela não se levanta da cadeira, mas espera que eu me incline para que ela possa beijar o ar ao lado da minha bochecha. "Essa é uma... blusa interessante."

"Obrigada." Finjo que ela está falando sério e contorno a mesa para colocar um braço em volta do ombro do meu pai em meio abraço. Quando ele engole seu pão e limpa a boca com o guardanapo, já estou de volta à minha cadeira. Abro meu próprio guardanapo de linho e o aliso sobre meu colo. "Cheguei tarde."

"Bem, é uma longa viagem de Londres", diz o pai, e provavelmente é tudo o que ele terá a dizer durante todo o café da manhã.

A mãe vai compensar. "Além do atraso, como foi seu voo?"

"Foi bom." Pego um croissant e algumas frutas, meu estômago ainda revirando do salmão que comi no avião. Não concordou comigo. "Dormi a maior parte do caminho."

"Bom. Então você não estará muito jet lagged para esta noite."

"Mãe..." começo, mas ela não me olha, concentrando-se em passar manteiga em metade de um muffin inglês. Se ela não me olhar, pode fingir que não me opus.

"Claro, se seu voo tivesse chegado no horário, teríamos conseguido algo adequado para você vestir." Ela olha para cima e franze os lábios brevemente. "Não importa. Eu pedi para Tara enviar alguns vestidos. Dos tempos em que ela ainda não tinha ganhado todo aquele peso."

Posso ter ficado fora por cinco anos, mas vi muitas fotos da minha irmã no Facebook. Ela aumentou um único número de vestido, talvez.

Totalmente inaceitável para uma filha de Vivianne Dixon.

"Olha, acabei de chegar e o baile é muito..."

"Um monte de trabalho?" A mãe me interrompe. "Sim. É. É isso que o torna uma obrigação. E também é a oportunidade perfeita para fazer um novo debut para a matilha. Para mostrar a eles que sua pequena... aventura, por assim dizer, finalmente acabou."

"Eu não..." Me interrompo. Estive na presença dos meus pais por minutos e minha mãe já começou a me fazer sentir louca. Não vou começar minha primeira manhã de volta com uma discussão.

"Você não teve tempo de desfazer as malas ou fazer algo com seu cabelo", ela diz, acenando com a mão.

Toquei meu cabelo loiro recém-alisado de forma autoconsciente.

"Agendei Jonathan por duas horas com você hoje", ela continua. "Não tempo suficiente para consertar essas mechas, mas tenho certeza de que ele pode fazer algo com tudo..."

Meus punhos se fecham sob a mesa enquanto ela faz gestos vagos para minhas áreas problemáticas. Que, para ela, é tudo em mim.

"Escute..." Começo tentativamente. Não adiantará soar argumentativo. "Eu sei o quanto o baile é importante e quanto todos se prepararam para isso. Não quero arrastar vocês para baixo e fazer vocês parecerem mal."