Rejeitada, mas reivindicada pelos seus quatro alfas romance Capítulo 43

Sable

Ao sair do banheiro e puxar a cortina fechada atrás de mim, percebo uma ondulação de escuridão colorindo as cicatrizes nas minhas mãos e braços. Acontece tão rapidamente que eu não teria percebido se não estivesse olhando diretamente para a minha pele.

O medo me invade. Mesmo que Archer, Ridge e Trystan tenham ficado comigo apesar da transição de bruxa, talvez não devessem. Talvez Dare tenha tido a ideia certa ao partir. A magia negra que se agita dentro de mim significa que sou um perigo para todos eles. Sou uma bruxa - não uma loba. Não importa o que os metamorfos pensam ou o que os bastões mágicos do Ancião Jihoon disseram ou mesmo o que minha alma quer que seja verdade. Sou uma bruxa, e estou aterrorizada com o que isso significa.

Eu fecho os olhos e me concentro em respirar algumas vezes o ar úmido, do jeito que Archer me ensinou a fazer quando o pânico se torna demais. Depois de um momento, meu medo diminui, e abro os olhos para ver as marcas negras desaparecendo. E fiz tudo sozinha. Sorrio e flexiono os dedos algumas vezes, me parabenizando silenciosamente por um trabalho bem feito.

Infelizmente, mesmo quando a magia se torna invisível novamente, estou totalmente consciente de que ela está logo abaixo da superfície da minha pele. Está lá, e está lá para ficar. Alguma parte do meu sentimento de vitória desaparece.

O som do armário do banheiro se fechando me tira dos meus pensamentos. Ouço um som suave de escovação - Archer se secando antes de voltar para mim.

Minhas cicatrizes podem ter voltado ao normal por enquanto, mas as marcas negras estão gravadas na minha memória. Negras e grossas, elas me lembram da nuvem escura que sussurrava coisas terríveis para mim. Agora que estou completamente acordada e fora da transição, não faço ideia do que era real e do que não era durante aqueles dias agitados. A nuvem negra poderia ter sido uma manifestação da bruxa dentro de mim? Foi uma nuvem real que pairava sobre minha cama e se agarrava a mim enquanto eu dormia? Ou foi apenas mais um pesadelo?

Só de pensar na bruxa dentro de mim faz um nó se formar na minha garganta. E se ela se tornar mais forte do que o verdadeiro eu? Eu não poderia viver comigo mesma se machucasse qualquer um desses homens, seja por acidente ou não.

A cortina do chuveiro se abre novamente com o som de anéis de plástico raspando no metal. Ar frio e luz se derramam no espaço escuro, mas antes que eu possa ficar muito fria ou me sentir muito exposta, Archer enrola uma toalha grande em meus ombros. Ele ainda está um pouco molhado, gotas brilhando em sua pele à luz da janela acima, mas ele amarrou uma toalha em volta da cintura. Provavelmente tanto por sua segurança quanto pela minha.

Assim que estou em um embrulho de tecido macio, ele me envolve com os braços e me levanta cuidadosamente da banheira como se eu pesasse menos que uma boneca.