Renascendo em Liberdade: A Reviravolta de Luciana Serra romance Capítulo 2

Ele segurava seu filho pequeno com febre, seus olhos encantadores fixos na silhueta da mulher através da cortina de chuva, um brilho sombrio e indistinto em seu olhar.

A chuva estava forte, e apesar de estar com um guarda-chuva, a roupa de Luciana Serra ainda estava encharcada.

Quando ela se virou para sair, foi chamada de volta pela secretária: "Senhora, você não vai ver seus filhos? Eles sentiram muito a sua falta."

Luciana Serra segurou a pontada de dor em seu coração, sem olhar para trás: "Deixa pra lá, talvez não seja necessário."

Norberto Passos tinha acabado de sair do carro e ouviu sua resposta, sua expressão escureceu imediatamente, e um ar gelado começou a emanar dele.

A voz fria do homem veio de trás dela.

"Luciana Serra!"

Ela hesitou por um momento, mas não olhou para trás nem respondeu, entrou em casa fechando a porta atrás de si, num movimento fluido.

Norberto Passos olhou para a figura intransigente da mulher se afastando, sobrepondo-se à de dois anos atrás.

A secretária observou a chuva e comentou que seria perigoso continuar dirigindo: "Chefe, vou ver na vila se alguém pode nos oferecer abrigo."

No segundo andar, Luciana Serra assistiu de pé ao lado da janela enquanto o homem voltava para o carro e a secretária saía apressadamente sob o guarda-chuva.

Ela acabou de fechar a porta, Luciana Serra segurou seu coração acelerado, sentindo uma breve paralisia em seus membros.

Nesses dois anos, como mãe, não houve um dia em que não pensasse em seus filhos, tendo até procurado notícias deles secretamente.

Mas ela não podia simplesmente levá-los da família Passos, especialmente quando eles pareciam preferir a "Tia Ceci".

Ela voltou ao segundo andar, escondendo-se atrás das cortinas para assistir o homem entrar no carro e a secretária deixar o local rapidamente sob o guarda-chuva.

Ela se olhou no espelho do banheiro, os cinco anos que tentou esquecer voltaram com uma dor que a fez tremer ligeiramente.

Preocupada com seus filhos, Luciana Serra não conseguiu dormir, ficando atrás das cortinas observando o carro lá embaixo.

"Senhora! Problemas! O menino mais novo está com febre alta e vomitou!"

Luciana Serra finalmente cedeu.

Ela deixou Norberto Passos e os outros entrarem, cuidando rapidamente da febre de seu filho mais novo.

Na sala de estar.

Norberto Passos observava discretamente o ambiente, cheio de brinquedos e itens infantis. Seus olhos brilhavam friamente, uma nova onda de frio varrendo seu coração.

Ele se lembrou do que os aldeões haviam dito sobre Luciana Serra ter uma filha, soltando um riso frio.

Valdir Passos também estava zangado: "Mas e aquela menina pequena, o que ela está fazendo aqui? E a mãe nos abandonou antes, ela é uma mulher má!"

Naiara Serra, a pequena, sentada em sua cadeirinha, bebia seu leite em pó, olhando curiosamente para os novos rostos que surgiram na mesa do café da manhã.

Após terminar o leite em pó, ela casualmente passou a mamadeira para Norberto Passos, que estava ao lado da cadeirinha infantil.

A criança de pouco mais de um ano tinha acabado de começar a falar, soltando uma ou duas palavras, mas a intenção era claramente expressa.

Naiara Serra disse: "Aqui."

Luciana Serra estava prestes a pegar a mamadeira da criança quando Norberto Passos já havia estendido a mão.

As mãos dos dois encontraram-se brevemente na mamadeira, e Luciana Serra rapidamente retirou a sua.

Naiara Serra pensou que estavam brincando com ela, estendendo a mão para agarrar os dedos de Norberto Passos, colocando sua pequena mão sobre a do homem.

O olhar de Norberto Passos movia-se entre Luciana Serra e a criança, os olhos vivos de Naiara Serra eram idênticos aos de Luciana Serra.

Naiara Serra, com seu interesse rapidamente mudando, soltou a mão de Norberto Passos e acenou para Valdir Passos e Valter Passos, que estavam do outro lado.

Ela chamou docemente: "Irmão, vem brincar."