Renascida para Romper Laços com os Irmãos romance Capítulo 107

Henry engoliu seco, sem dizer nada. Ele caminhou direto até onde o carro estava estacionado e, após colocar Scarlett no banco do passageiro, deu a volta e sentou-se no lugar do motorista.

Quando acomodou-se, lançou um olhar meio desconfortável para ela.

— Coloque o cinto.

Scarlett piscou os olhos, confusa.

— Ah, sim, o cinto!

Ela tentou puxar o cinto de segurança, mas por algum motivo não conseguia tirá-lo do lugar. Aquilo estava estranho demais.

Vendo a cena, Henry suspirou. Ele se inclinou sobre ela para ajudá-la a prender o cinto.

Por um breve momento, os dois ficaram muito próximos. Ele conseguia sentir o cheiro de cerveja que vinha dela, enquanto Scarlett notava o tamanho dos cílios dele, tão longos que pareciam irreais.

Scarlett prendeu a respiração. Em um impulso repentino, ela abraçou o braço dele.

Henry congelou por um segundo, desviando o olhar para ela. Seus olhos encontraram os dela, grandes e brilhantes, cheios de emoção.

— O que você está...

Antes que ele terminasse de perguntar, Scarlett se aproximou e lhe deu um beijo rápido. Assim que o fez, ficou completamente paralisada, tensa como uma pedra.

Henry continuou imóvel, sem dizer nada. As luzes da rua, filtradas pelo vidro do carro, borravam sua expressão, tornando impossível decifrar o que ele estava sentindo naquele instante.

Scarlett gaguejou, tentando falar algo:

— Professor, se você não tem namorada... O que acha de mim?

Os olhos de Henry se arregalaram, e ele recuou tão rápido como se tivesse levado um choque. Respirando fundo, ele apertou as mãos no volante.

— Você está bêbada.

Com essa resposta curta, ele ligou o carro e seguiu em direção ao apartamento. Não disse mais nenhuma palavra durante o trajeto.

Enquanto dirigia, Henry lutava para acalmar os pensamentos. Só quando o carro parou em um semáforo, ele finalmente se atreveu a quebrar o silêncio:

— Você ainda é muito jovem. Não entende o que é amor de verdade.

Sem obter nenhuma resposta, ele virou a cabeça para o banco do passageiro e percebeu que Scarlett já tinha caído no sono.

Ele soltou um suspiro profundo, misturando alívio e incredulidade. Passou a mão pelo rosto e deixou escapar um sorriso irônico. Em toda a sua vida, nunca se sentira tão dividido quanto naquele momento. E ela? Simplesmente dormiu.

Henry apertou o copo com força nas mãos. Por um momento, ele sentiu como se estivesse afundando em um oceano profundo, sem chance de voltar à superfície.

A luz fraca que entrava pela janela iluminava o rosto adormecido de Scarlett. Enquanto a observava, Henry teve a sensação de que algo dentro dele havia mudado.

…

Na manhã seguinte.

Scarlett acordou com uma dor de cabeça terrível. Massageando as têmporas, ela tentou se lembrar do que tinha acontecido na noite anterior. Será que tinha bebido demais?

A última coisa de que se lembrava era de ter tomado uma cerveja escondida de Henry. O resto estava completamente apagado.

Ainda usando o vestido da noite anterior, que a incomodava, Scarlett foi direto para o banho. A água quente a ajudou a se sentir um pouco melhor, mas a memória continuava em branco.

Pensativa, Scarlett decidiu ir até o apartamento ao lado. Ela digitou o código na porta e entrou.

Assim que passou pela sala, viu Henry saindo do banheiro. Ele estava usando um roupão folgado, e parecia ter acabado de tomar banho.

Os olhos de Scarlett imediatamente caíram em seu abdômen. Os músculos bem definidos eram impossíveis de ignorar. Seu olhar vagou por um instante antes de ela perceber o que estava fazendo.

Ela sentiu o rosto esquentar instantaneamente, como se estivesse pegando fogo.