Renascida para Romper Laços com os Irmãos romance Capítulo 137

O apartamento tinha dois quartos, sem espaço sobrando para visitantes.

— O quarto do Isaac está uma bagunça. Eu acho melhor você nem cogitar ir para lá. — Disse Henry, com um tom casual.

Scarlett desistiu imediatamente da ideia.

— Na verdade, eu posso dormir no sofá. Não vou ocupar espaço.

— Eu já disse que você vai dormir no quarto. Além disso, tenho algumas coisas para resolver hoje à noite. Talvez nem durma.

Henry parecia um pouco desconfortável, mas disfarçou bem.

Scarlett voltou ao seu apartamento para buscar roupas de dormir. Ele ficou esperando por ela na porta, com uma postura relaxada, mas atento a qualquer movimento.

Quando Scarlett saiu com as roupas na mão, viu Henry parado ali, como uma sentinela. A presença dele, de alguma forma, a fez se sentir mais segura.

No quarto principal, onde Henry dormia, tudo era simples e organizado. O ambiente era limpo, sem qualquer excesso de decoração.

Henry apareceu com um cobertor novo e o entregou a ela.

— Use este.

— Obrigada.

Ele colocou o cobertor sobre a cama e foi direto para a porta. Não era apropriado que ele permanecesse no quarto, já que estavam sozinhos no apartamento.

Scarlett o observou enquanto ele se dirigia à saída. A luz do corredor projetava sua sombra longa no chão, e sua silhueta parecia ainda mais imponente.

— Pode dormir tranquila. Se precisar de algo, me chame. — Disse ele, antes de fechar a porta.

Scarlett ficou parada por alguns instantes, olhando ao redor. Era o quarto dele, e havia poucos objetos pessoais. A limpeza e a organização chamaram sua atenção. Henry claramente era diferente dos homens que ela conhecia, que geralmente eram desleixados.

Depois de tomar banho e vestir as roupas que havia trazido, deitou-se na cama. Poucos minutos depois, percebeu o aroma no cobertor. Era um cheiro que ela não conseguia descrever completamente, mas que lembrava o perfume de Henry.

O pensamento de que aquele aroma era dele a fez sentir algo estranho, como se ele estivesse ali, ao seu lado, a envolvendo em um abraço. Seu rosto começou a esquentar, e ela percebeu que estava corando.

— Para com isso... — Murmurou ela para si mesma, respirando fundo e tentando se acalmar. — Não pense nessas coisas.

Apesar de achar que demoraria a dormir, acabou adormecendo rapidamente. Talvez fosse o sentimento de segurança que ele transmitia.

…

— Quem... Quem são vocês?! — Gaguejou ele, tentando se levantar.

Henry virou-se lentamente, levantando a mão em um gesto discreto. Os homens de preto avançaram para dentro do escritório e fecharam a porta atrás de si.

Enquanto isso, Henry foi até a varanda e ficou olhando para o céu noturno, as estrelas refletindo no brilho frio de seus olhos. Seus lábios finos estavam curvados em uma linha dura, carregada de desprezo.

Algum tempo se passou até que a porta do escritório se abriu novamente. Henry entrou e viu o homem no chão, ajoelhado, com o rosto ensanguentado e inchado. Ele tremia de medo, incapaz de erguer os olhos para encarar Henry.

— Senhor, eu... Eu fiz algo para te ofender? Se for dinheiro que vocês querem, eu posso dar tudo o que está no meu cofre! — Implorou o homem, com a voz trêmula.

Henry o observava de cima, sua expressão glacial.

O homem sentiu um calafrio percorrer sua espinha, como se o ar ao redor estivesse congelando. Ele não ousou dizer mais nada.

Henry pegou um par de luvas e as calçou lentamente. Em seguida, deu dois leves tapinhas no rosto do homem, com um tom de ironia na voz.

— O que foi? Já esqueceu que você disse que aquela garota era minha protegida? Sua memória é tão curta assim?

As palavras que Scarlett não teve coragem de dizer estavam agora ali, reveladas.