Henry estava parado no escritório escuro, sua silhueta quase se fundindo à penumbra. Ele sabia exatamente o que Scarlett havia passado, e a raiva que queimava em seu peito foi acesa como uma faísca que rapidamente virou incêndio.
Alguém ousou nutrir pensamentos vis sobre a pessoa que ele protegia com tanto cuidado.
O homem de meia-idade, já apavorado, finalmente abriu a boca para implorar:
— Eu só falei besteira. Eu... Eu peço desculpas! Foi sem querer, eu juro!
Ele não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Aqueles dois jovens claramente não eram pessoas comuns. O jeito que os homens de preto agiam, a precisão dos golpes... E aquele relógio no pulso de Henry — uma edição limitada há anos descontinuada e impossível de adquirir, mesmo com dinheiro.
O homem se arrependeu amargamente. Se soubesse que a noite terminaria assim, jamais teria saído de casa.
Henry se levantou, caminhando lentamente pelo escritório. O sorriso que curvava seus lábios era carregado de desprezo.
— Se pedir desculpas resolvesse alguma coisa, para que serviria a polícia?
— Eu posso me desculpar com ela pessoalmente! Que tal? — O homem propôs, desesperado.
— Você? — Henry o encarou de cima a baixo, com nojo. — Com esse seu jeito repugnante, você não é digno nem de respirar o mesmo ar que ela. Escute bem: só há uma saída para você agora. Vá até a delegacia e se entregue. Vai descobrir que essa é a opção mais fácil.
Sem esperar resposta, Henry virou as costas e saiu do escritório. A tensão que exalava de seu corpo parecia preencher o ambiente.
Quando ele chegou de volta à sala do apartamento, lavou as mãos, removendo os vestígios de sangue.
Ele abriu silenciosamente a porta do quarto principal e deu alguns passos para dentro, mas parou logo em seguida. O peso de sua raiva ainda estava ali, e ele não queria se aproximar demais de Scarlett daquela forma.
De longe, observou-a dormir. A respiração dela era tranquila, o rosto sereno, e a visão foi suficiente para acalmar o turbilhão de emoções que ainda fervia dentro dele. Depois de alguns minutos, ele desviou o olhar, fechou a porta com cuidado e saiu do quarto.
…
Na manhã seguinte, Scarlett acordou bocejando. Ela dormira surpreendentemente bem, sentindo-se mais descansada do que imaginava.
Depois de trocar de roupa, saiu do quarto e notou um cobertor dobrado no sofá. No entanto, Henry não estava por ali.
— Você acordou. — Disse ele, surgindo do escritório. Seu olhar era profundo e insondável.
Scarlett pigarreou, meio desconcertada.
— Ah... Você provavelmente não dormiu direito, né? — Comentou ela, olhando para o sofá. Ele era curto demais para alguém da altura de Henry, o que devia ter tornado o descanso desconfortável.
— Não dormi muito. — Respondeu ele, agora vestido com uma camisa branca impecável. — Quanto ao homem de ontem... Ele foi preso.
— Mesmo? — Scarlett piscou, surpresa. — Mas tão rápido? Não disseram que aquele lugar tinha um ponto cego nas câmeras?
Ela o observou com curiosidade, começando a suspeitar que ele poderia ter feito algo para resolver a situação.
Percebendo o olhar dela, Henry desviou o rosto, falando com naturalidade:
— Desta vez, ele deu azar. Deixou rastros.
Scarlett soltou um suspiro de alívio.
Henry parou por um momento e levantou os olhos para ela.
— Por que tanto interesse na minha vida amorosa?
— Só estou perguntando. — Disse Scarlett, desviando o olhar, um pouco sem graça. — Ela é daqui? Como vocês se conheceram?
Henry permaneceu em silêncio, apenas a observando, com um olhar calmo, mas intenso.
O coração de Scarlett pareceu dar uma pequena pausa antes de acelerar.
— Tá bom, não precisa responder. Eu não vou perguntar mais nada.
Inesperadamente, perdeu o apetite. Depois de deixar o talher na mesa, levantou-se.
— Já está ficando tarde. É melhor eu ir, antes que o trânsito complique.
Quando estava prestes a sair, Henry falou, com a voz baixa:
— Só lembre-se de uma coisa: não tenha piedade.
Scarlett parou por um instante, olhando para ele. O rosto bonito e sério de Henry parecia frio, distante, e ela não pôde evitar sentir um aperto no peito.
— Não se preocupe. Ser mole com os homens é ser cruel consigo mesma.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Renascida para Romper Laços com os Irmãos
Como assim? O site marcou o livro como "concluído", gastei um absurdo para ler e a história acabou de repente, no meio? Que palhaçada é essa???...
e muito roubo VC tá lendo eles bloqueiam o capítulo que acabou de desbloquear...
Que livro maravilhoso amo heroínas durona que não se deixam ser pisadas, espero que tenha continuação...