Retornou A Médica Divina romance Capítulo 134

"Esta coisa é meu tabu, por isso nunca te contei, devo a Talita uma vida. Naquele ano, ela acabou adoecendo para me salvar, então eu tenho que encontrar uma maneira de salvá-la. Só que não consigo encontrar o Dr. Clovis, não posso curar completamente sua doença, só posso satisfazer seus pedidos, uma e outra vez, quando ela adoecer, permitindo que você doe sangue para ela, trazendo-a de volta do limiar da morte."

Daiana realmente não sabia que Talita havia salvado sua vida.

Então, sua bondade para com Talita não era apenas por amor, mas também continha um elemento de gratidão?

Amor profundo e uma dívida vitalícia, isso seria suficiente para um homem se dedicar a uma mulher por toda a vida, não é mesmo?

Mas o que isso tem a ver com ela?

A dívida que ele tinha, por que ela teria que pagá-la?

Daiana fechou os olhos e disse: "O banco de sangue claramente tem sangue raro, mas ela insiste em receber o meu sangue, você não vê que ela está me atacando?"

Jacinto permaneceu neutro: "Sem seu sangue, ela se recusa a receber tratamento".

Daiana ficou parada por dois segundos, tremendo, depois perguntou: "Então, toda vez que eu doei sangue para ela, o banco de sangue também tinha sangue raro, certo?"

Jacinto não respondeu, mas o silêncio já era uma resposta.

Daiana não conseguiu mais se controlar, lágrimas correram livremente: "Então, para pagar sua dívida, mesmo sabendo que ela estava me atacando e me colocando em dificuldades, você ainda assim seguiu o desejo dela de usar o meu sangue!"

"Por causa de um pedido irracional da mulher que você ama, eu não pude estar ao lado da minha avó até o fim, fazendo com que ela morresse sozinha em um quarto frio de hospital, Jacinto, que cruel demais você é! O que eu fiz de errado para você me tratar assim!"

"Daiana, me escute"

"Não há mais nada para dizer!" - Daiana gritou histérica para ele: "Era a minha avó, a pessoa mais querida para mim neste mundo, como você pode causar um arrependimento tão grande na minha vida de maneira tão leve!"

"Sem mencionar que a Talita planejou alguém uma vez para me assassinar, e você, por amá-la e estar em dívida com ela, estava disposta a me sacrificar para deixá-la escapar impune!"

Ela não voltou para a família Rodrigues com Isaura, nem para a Vila da Harmonia, mas foi diretamente para o cemitério.

"Sinto muito" - Daiana se ajoelhou em frente ao túmulo de sua avó, acariciando a fotografia na lápide, olhando para o rosto gentil e amoroso de sua avó, com lágrimas escorrendo: "Vovó, sinto muito por não ter sido capaz de perdoar Jacinto, por não ter sido capaz de seguir em frente como a senhora desejava."

"Talvez aquela criança que não pude ter tenha sido o aviso mais claro de Deus de que Jacinto e eu estávamos errados desde o início."

"Vovó, me desculpe."

Uma chuva de outono começou subitamente.

Daiana olhou para cima, deixando a água fria da chuva bater em seu rosto.

Seu corpo estava encharcado e frio, mas não mais frio que seu coração.