Salvar Meu Amado Viajando no Tempo romance Capítulo 14

Lurdes pensou um pouco antes de dizer: "Porque é o você do futuro que me encarregou de te proteger."

"O eu do futuro..." Um brilho incomum passou pelo fundo de seus olhos, e ele olhou para Lurdes com um olhar que de repente se tornou complexo.

Lurdes observou o menino e pensou em uma palavra para descrevê-lo: precocemente maduro. Embora jovem, ele não tinha nada da inocência típica das crianças.

Não é de se admirar que ele pudesse alcançar tais conquistas brilhantes no futuro.

Finalmente, sob a persuasão incansável de Lurdes, o menino finalmente concordou em manter o segredo dela e até permitiu que ela ficasse no quarto. No entanto, havia uma má notícia: Luiz tinha saído em uma longa viagem, e não estava claro quando voltaria.

Isso significava que Lurdes só tinha uma opção: esperar!

As refeições de Evandro eram trazidas ao quarto por uma empregada filipina. Quando alguém chegava, Lurdes se escondia no armário e só saía quando a pessoa se ia.

Felizmente, a comida era sempre em porções generosas, então Lurdes podia comer junto com ele. À noite, Lurdes dormia no sofá, mas, apesar de a porta estar trancada, ela ainda se preocupava que alguém pudesse entrar subitamente, e por isso não dormia tranquilamente.

Essa rotina durou dois dias e Lurdes começou a se sentir frustrada com o tédio.

Durante esses dois dias, Evandro agiu como se ela não existisse. Ele passava o tempo praticando piano e violino, estudando, lendo, praticando caligrafia. Enfim, não havia um momento de descanso.

Além disso, quando um professor vinha dar aulas, Lurdes tinha que se esconder no armário por pelo menos duas horas!

Exceto por ir tomar banho, Evandro nunca saía do quarto, como se estivesse aprisionado. A pessoa que Lurdes via mais frequentemente era Ligaya Bautista, a empregada filipina que trazia as refeições.

Outro motivo para a crescente frustração de Lurdes era que ela não tomava banho há três dias e também não tinha trocado de roupa. Ela achava que ficaria no máximo dois dias, mas agora isso parecia impossível!

À noite, deitada no sofá e incapaz de dormir, Lurdes se sentou e olhou para o menino que dormia tranquilamente na cama. Ela se aproximou e o empurrou levemente.

"O que aconteceu?" Lurdes perguntou em voz baixa.

Ele não respondeu, apenas olhou em direção a um ponto não muito distante. Lurdes seguiu seu olhar e viu uma mulher em um camisão branco parada em uma sacada, olhando para o horizonte. A luz da noite do lado de fora entrava pela janela e caía sobre ela.

Mesmo sem ver o rosto, pela postura, era evidente que era uma mulher muito bonita.

Demorou um pouco, mas Lurdes finalmente viu a mulher partir. Ao virar-se, Lurdes pôde ver o rosto dela, que era realmente muito bonito, porém marcado por uma expressão fria e distante, como se fosse uma casca sem alma.

Lurdes baixou o olhar para Evandro e o viu fixamente observando a mulher, com um vislumbre de tristeza e pesar em seus olhos.

Era a primeira vez que Lurdes o via com tal expressão. Quem seria aquela mulher para ele?