Salvar Meu Amado Viajando no Tempo romance Capítulo 29

Lurdes deitou-se na cama e revirava-se, incapaz de adormecer de jeito nenhum.

Sempre que fechava os olhos, a imagem de Evandro surgia automaticamente em sua mente, com os olhos vermelhos, isolado e desamparado, despertando compaixão.

De repente, Lurdes lembrou-se de que, normalmente, aquela era a hora em que ele estudava línguas estrangeiras.

As línguas complexas e difíceis de pronunciar eram algo que Lurdes jamais conseguia reter na memória, e sempre que Evandro a testava, ela recorria a pequenas artimanhas, anotando os trechos que precisava memorizar em português.

Toda vez que ele a ouvia ler, Evandro não conseguia conter o riso.

Desde que testemunhou a incrível capacidade de aprendizado dele, Lurdes chegou a querer chamá-lo de excepcional!

Evandro era definitivamente um gênio, lendo o mesmo livro que Lurdes, ele era capaz de indicar com precisão em que página se encontrava determinado diálogo, sua memória era extraordinária.

Quanto mais Lurdes pensava, mais triste ficava. A ideia de não estar mais ao lado dele, e de ele ter voltado àquela condição de reclusão, fazia com que ela não conseguisse deixar de se preocupar.

"Não está certo!" Lurdes sentou-se abruptamente, "Agora não é hora de dormir! Preciso vê-lo o quanto antes e explicar que não foi minha intenção abandoná-lo!"

Ela nem imaginava que sua ausência tivesse tido um impacto tão grande nele, a ponto de fazê-lo adoecer por mais de dois meses. Ao acordar, ele ainda sofria de sequelas. Se ela não lhe desse uma explicação, não conseguiria se justificar!

Lurdes ligou o computador e digitou o nome de Osvaldo, esperando encontrar alguma pista. Porém, depois de muito procurar, não encontrou nada.

Será que ele já havia falecido?

Lurdes calculou a idade de Osvaldo, em 1967, ele tinha mais de trinta anos, então agora deveria estar com mais de oitenta, provavelmente perto dos noventa.

Não se sabia se ele teria vivido até essa idade.

"O que está fazendo? Venha comer algo fortificante."

A mãe de Lurdes, ao ver que a porta não estava trancada, entrou e deu uma olhada nela. Vendo-a sentada em frente ao computador, coçando a cabeça, de repente pensou que em vez de preparar algo para fortalecer seu corpo, deveria ter feito algo para fortalecer sua cabeça.

Lurdes, desanimada, flutuou até a mesa e sentou-se sem saber o que estava comendo. Levava a colher à boca sem olhar, enquanto sua mãe a observava com um olhar estranho, "Está gostoso o ar?"

"Ah?" Lurdes ficou confusa por um momento. Ok, seu prato estava vazio.

Sua mãe, vendo-a naquele estado, não pôde deixar de resmungar, "O que há com você, com a cabeça nas nuvens? No que está pensando? Vi que estava tão cansada com o trabalho que pensei em apresentar-lhe alguém, mas você nem deu chance para a pessoa."