Salvar Meu Amado Viajando no Tempo romance Capítulo 59

"Eu esqueci algo na escola, vou buscar rapidamente, você pode subir primeiro."

Evandro estava sentado na bicicleta e aguardou até que Lurdes se aproximasse da porta para contar-lhe isso. Lurdes, a princípio, não reagiu imediatamente, dizendo instintivamente: "Tudo bem."

Mas quando Evandro voltou pelo caminho que tinham vindo, Lurdes finalmente percebeu o que estava acontecendo, mas quando tentou detê-lo, já era tarde demais. Evandro, como um pássaro solto ao vento, sumiu num piscar de olhos.

Lurdes, com uma dor de cabeça, segurou sua testa e disse irritada: "Esse garoto, por que tão esperto?"

Lurdes sabia, sem precisar adivinhar, que Evandro tinha voltado para o restaurante para encontrar Tarcísio e Geraldo. Como ele conseguia perceber que ela estava escondendo algo dele, mesmo ela agindo como se nada estivesse acontecendo?

Além disso, o que era mais ultrajante era que, para afastá-la, ele a trouxe de volta para casa como se nada estivesse acontecendo?

Lurdes começou a duvidar de suas habilidades profissionais, percebendo que viver confortavelmente por muito tempo realmente podia afetar a inteligência e a capacidade de julgamento.

Depois de ter seu espírito de luta despertado, Lurdes correu para o apartamento com sangue fervendo, mas ao ver a porta aberta, seu corpo inteiro ficou paralisado, e suas pupilas se contraíram bruscamente.

Havia alguém dentro do apartamento!

As luzes internas estavam apagadas, mas a iluminação do corredor e a luz da lua, que estava particularmente brilhante naquela noite, permitiam ver claramente o interior através das janelas.

Um homem estava sentado no sofá com a cabeça baixa, em uma postura relaxada. Seu paletó estava jogado no braço do sofá, e suas mãos estavam casualmente apoiadas em suas pernas, uma delas segurando um cigarro, cuja ponta acesa se destacava na escuridão da noite.

Um copo de vidro na mesa estava sendo usado como cinzeiro, e a quantidade de bitucas de cigarro indicava que o fumante estava ali há bastante tempo.

O homem levantou a cabeça, e Lurdes, parada na porta, o encarou diretamente.

Na luz amarelada da noite, os olhos frios do homem estavam cobertos por uma névoa profunda e insondável, e a cicatriz em seu rosto parecia estar sinalizando algo para ela.

A expressão de Lurdes escureceu, embora tivesse imaginado esse encontro várias vezes, ela nunca pensou que aconteceria dessa maneira.

Ele era o pai de Evandro — Norberto.

Do lado de fora do restaurante, Tarcísio e Geraldo saíram rindo, sem perceber nada no início. Mas após alguns passos, ambos pararam.

Lentamente, viraram-se e viram Evandro, com os braços cruzados, encostado na parede da entrada, observando-os.