Se o amor tivesse vozes romance Capítulo 4

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|Lilly|

Andar pela casa da alcateia sempre se parecia com caminhar em um labirinto cercado de muitas armadilhas. Nunca se sabe quando, onde, ou quem iria atacar, e por qual caminho... particularmente numa alcateia como a que eu vivia.

Eu lentamente caminhei em direção ao térreo, propositalmente demorando meu tempo. Minhas pernas nuas tocavam os azulejos frios me dando um arrepio a cada passo que eu dava.

Era por volta das 22h, o horário habitual em que terminava meu trabalho todos os dias. Eu não tinha ideia de por que teria que subir até o quarto onde o Alfa Robert estava...

Cheguei a uma parada olhando os corredores à volta, e estavam vazios... não havia ninguém ali.

Eu me lembrei do momento em que o Alfa Robert me pediu para vir naquela noite. Ele não soou ameaçador; parecia mais como uma ordem.

Eu dei um passo para trás, respirando pesadamente.

'Devo voltar?' perguntei ao Patia em minha mente.

'Eu não tenho ideia... Mas acho que está tudo bem sair. Não há ninguém por perto... ninguém vai saber que você desobedeceu a ele, certo?' ele divagou.

Sem responder, dei mais um passo para trás.

'Sim... Eu espero que tudo fique bem-'

"Que horas são mesmo?" uma voz familiar perguntou por trás.

Silenciosamente, eu engoli em seco e me virei para encarar o diabo, o Alfa Robert. Eu podia ver a sua silhueta escura sob as luzes fracas. Mas não conseguia ver sua expressão, se ele estava bravo comigo ou não.

Lentamente, eu dei de ombros, esperando que ele deixasse a pergunta passar.

"Que horas são?" ele perguntou novamente, caminhando em minha direção. Eu recuei e dei uma rápida olhada no velho relógio de pé ao nosso lado.

Então, rapidamente mostrei a ele dez dedos.

"Certo. Por que você está tão atrasada?" ele perguntou novamente.

Movi minhas mãos para o chão e mostrei a ele os corredores, dizendo que estava trabalhando até aquele momento.

Ele suspirou.

"Quando eu peço para você vir. De um jeito ou de outro, você tem que vir", ele disse, transmitindo impaciência em sua voz.

Eu assenti.

Então ele começou a subir as escadas, sinalizando para eu segui-lo. Comecei a segui-lo, e comecei a mexer nervosamente nos meus dedos. Era o primeiro andar, onde eu raramente estivera. Observei com olhos arregalados enquanto passávamos pelo grande quarto do Alfa e da luna da alcateia.

À nossa frente, eu vi a porta do quarto dele.

Lembrei-me de quando o Alfa Robert disse a todos que ninguém poderia entrar em seu quarto sem motivo, e ninguém sabia o que havia lá. Talvez um monstro como ele?

Ele abriu as portas e sinalizou para eu entrar. Hesitantemente, olhei em volta. Suspeitei que seria uma pegadinha? Sim, suspeitei.

Fiquei do lado de fora do quarto dele, parada e sem me mover, mas rapidamente entrei quando vi a expressão impaciente dele. Mas antes que eu pudesse entrar, senti uma dor na região do abdômen.

Ignorando a dor, olhei timidamente em volta do quarto dele, pois a 'dor' era comum para mim. Não sabia se deveria chamar de sorte ou azar estar em seu quarto.

Afinal, ele era uma pessoa perigosa.