Se Tudo Pudesse Recomeçar romance Capítulo 121

Esses eminentes professores lecionavam nos departamentos de Direito das universidades mais prestigiadas do país. Pode-se afirmar que os advogados mais destacados de toda a nação eram seus alunos. Não, não apenas advogados; em qualquer círculo relacionado ao Direito, havia alunos deles, todos brilhantes.

Dizer que não havia caso que eles não conseguissem resolver não era exagero, era o mínimo.

"Fique tranquila, conte-nos tudo. Confie nos professores, e os professores confiam em você."

Abaixe a cabeça, e as lágrimas começaram a escorrer inevitavelmente.

Nunca antes alguém confiara em mim dessa maneira.

Desde que Paloma Campos surgiu em minha vida, não importava o que acontecesse entre nós, eu era sempre a pessoa que era prontamente suspeitada, a quem não se confiava.

Meus pais biológicos, meu irmão gêmeo, meu marido de sete anos, todos eram assim. Nem sequer perguntavam, não me davam a chance de saber onde havia errado; simplesmente acreditavam que eu tinha feito tal coisa.

Com o tempo, comecei a temer a mim mesma, a duvidar de mim mesma.

Embora eu soubesse que, se realmente tivesse transtorno bipolar, não seria assim, não conseguia parar de duvidar de mim, de ser abatida por aquelas evidências e de me perguntar se realmente fizera aquilo.

Mas eles, que para mim eram quase estranhos, confiavam em mim dessa maneira!

Não sabia como descrever o que sentia naquele momento, apenas consegui, entre soluços, contar tudo claramente.

Quando mencionei que havia caído de um penhasco e me ferido gravemente, perdendo parte da memória como resultado, o professor ficou com os olhos marejados. "Não é de admirar que você esteja tão tranquila agora; costumava ficar animada como um macaquinho quando nevava no inverno, escorregando longas distâncias."

"Agora, você anda mais devagar que um pinguim."

O professor já havia percebido algo de errado, mas não sabia como perguntar, temendo trazer à tona algo doloroso que a deixaria ainda mais triste, então nunca perguntou.

Ele sabia que eu devia estar ferida para estar assim, mas não imaginava que fosse tão grave.

Não disse nada, apenas abaixei a cabeça, e as lágrimas caíram mais intensamente.

"Por que você não consegue acreditar em mim, nem um pouco?"

"Você fez com que seus professores envolvessem tanta gente; e se no final, descobrirem que você realmente fez aquilo?"

"Você já pensou em como isso afetaria seus professores? Como mancharia a reputação deles?"

"Isso não é problema seu." A confiança incondicional dos professores e a análise detalhada dos vídeos pelos especialistas me deixaram mais forte, com ainda mais certeza da minha inocência.

Eu, Via.

Absolutamente não cometi aquele ato!

"Via, você..." César queria dizer algo, mas ao me encarar e ver minha determinação, não conseguiu pronunciar nenhuma palavra.

A sensação de impotência que nunca experimentara antes o fez parecer ainda mais abatido. "Via, você está tão certa de que não fez isso porque está doente, você esqueceu, por isso tem tanta certeza..."