Se Tudo Pudesse Recomeçar romance Capítulo 231

Embora meu coração já tivesse passado por inúmeras provações, as palavras da minha mãe ainda conseguiram me ferir profundamente.

Ela realmente...

Realmente foi capaz de fazer tudo isso por causa da Paloma!

Por quê? Por quê?

Por que ela pode ser tão dedicada a uma filha adotiva?

No início, ela nem gostava tanto da Paloma!

Se ela, mais tarde, devido a vários mal-entendidos, achou que eu era cruel e má, e por isso começou a gostar da Paloma e a não gostar de mim, sua filha biológica...

Então, por que agora, depois que a verdade foi revelada e ela soube que eu não fiz aquelas coisas, ela não apenas não sente remorso por ter me julgado mal, mas continua a agir assim?

Mesmo quando há evidências de que Paloma não é tão bondosa quanto parecia, mas sim bastante maldosa.

Ela não só não deixou de gostar da Paloma, como ainda é capaz de fazer tudo isso por ela?

Por quê?

Por que ela ainda gosta tanto da Paloma?

Por que, mesmo depois de me magoar tanto, eu não consigo cortar laços com ela, enquanto ela consegue fazer isso comigo?

Como ela pôde?

Como ela pôde ser capaz de tudo isso?

Essa dor, e essas perguntas que me enlouquecem, me fizeram perguntar sem pensar: "Por quê? Mãe, por quê? Por que você trata a Paloma, essa filha adotiva, melhor do que a mim, sua filha de sangue?"

"Ela até tentou tirar minha vida, e você ainda acha que ela não é maldosa, mas eu sou?"

"E por causa de alguém tão cruel, você está disposta a abrir mão de mim, sua própria filha!"

Depois de soltar essas perguntas, comecei a rir.

Rir da minha própria estupidez, de como ainda, depois de tudo que passei, esperava por uma resposta dela.

O que ela poderia me responder?

Se um coração já nasce torto, ele nunca se perceberá torto.

Olhei para ela.

"Não."

Ela, sem hesitação e sem qualquer arrependimento, estava disposta a abrir mão de mim, sua filha, e ainda queria que eu perdoasse alguém que ameaçou minha vida.

Em que mundo isso faz sentido?

Parecendo surpresa por eu não ter cedido mesmo após seu último recurso, minha mãe disse: "Por que não? Valéria, a sua vida foi eu que te dei!"

Dei de ombros. "E daí? Eu te pedi para me dar a vida?"

"Você me perguntou se eu queria nascer?"

Neste mundo, todos os laços devem ser recíprocos.

Somente pais que cuidam bem de seus filhos têm filhos que os respeitam.

De agora em diante, minha moralidade será reservada apenas para aqueles que a merecem.