Se Tudo Pudesse Recomeçar romance Capítulo 264

Após sete anos de relacionamento, César, de certa forma, já me conhecia bem. Ele sabia que, para pessoas que não são importantes para mim, elas tendem a se tornar cada vez mais periféricas até que, por fim, eu sequer me recordo delas.

Naquela vez no laboratório, eu o tratei como alguém que conhecia superficialmente, sem nenhuma emoção, o que fez com que ele, ainda hesitante, decidisse agir.

Ele não pôde esperar para fazer aquilo.

Sem que eu dissesse qualquer coisa, ele ergueu a cabeça e me olhou daquela maneira, "Mas, Via, eu realmente não posso deixar que você me esqueça completamente, que me olhe como se eu fosse um estranho."

"Eu não consigo. Se não houver qualquer possibilidade entre nós, eu não sei o que farei. Sei que isso não está certo, mas não consigo me controlar."

A menos que ele morresse, ele realmente não conseguiria se controlar.

Eu não sabia se César realmente me amava ao ponto de não suportar me perder, ou se ele não conseguia aceitar que sua estupidez o fizesse perder o que acreditava ser um belo amor.

Ele estava preso num ciclo obsessivo.

Só sabia que, embora parecesse calmo, na verdade estava muito perturbado.

Essa calma perturbadora é a mais temível.

Eu precisava fazê-lo se acalmar, dar-lhe esperança para sustentar sua razão.

"Então, façamos um acordo. Você para de fazer qualquer coisa agora e espera até eu terminar o meu experimento."

"Se, após concluir meu experimento, eu ainda não conseguir recuperar minha memória naturalmente, posso considerar permitir que você me faça hipnose para recuperá-la."

"Mas, não posso garantir que, ao recuperar a memória, aceitarei você. E, nessa hora, você não poderá me forçar a nada."

Ao ouvir isso, os olhos antes sombrios e desorientados de César brilharam repentinamente!

Parecia um cachorro grande que acabara de ganhar um osso, quase balançando a cauda.

"Combinado!"

Ele estava muito confiante de que, uma vez que eu recuperasse a memória e me lembrasse do amor que sentia por ele, eu certamente lhe daria outra chance!

Porque eu o amava tanto.

Após sua partida, meu olhar se tornou sombrio.

Conhecemo-nos por mais de cinco anos, mas não éramos próximos. Entretanto, nos últimos seis meses, nos tornamos mais familiares.

Mas desta vez, eu não o procurei por causa do laboratório. Foi por uma pesquisa que fiz na casa de pessoas com deficiência, onde notei que muitas famílias carecem de equipamentos inteligentes que possam facilitar suas vidas, e queria doar alguns.

Quando Fábio me viu ali sentada há um tempo, instintivamente olhou para o relógio em seu pulso, pensando que estava atrasado.

Eu sorri e disse: "Você não está atrasado. Eu marquei com outra pessoa aqui para discutir um assunto. Terminamos, e como já estava quase na hora do nosso encontro, não saí."

Com a certeza de que não estava atrasado, Fábio sorriu para mim e se sentou.

Rapidamente acertamos o número e os tipos específicos de doações.

"Assim que você tiver o valor exato, peça ao seu secretário para entrar em contato com o Uriel para fazer o pagamento." Eu disse, guardando os documentos sobre a mesa.

"Não precisa. Eu estava pensando em fazer uma ação social recentemente. Vamos doar esses equipamentos em nossos nomes conjuntos!"

"Você fez o levantamento, eu forneço os materiais. Perfeito." Fábio disse, me olhando com um sorriso.