Se Tudo Pudesse Recomeçar romance Capítulo 300

Ele tinha nas costas uma cicatriz deixada por uma viga em chamas que caiu durante um incêndio no meu segundo ano de faculdade, quando ele a impediu de me atingir para me salvar. Também havia a marca de uma bala que ele bloqueou por mim em um cruzeiro.

Ao pensar nas vezes em que ele arriscou sua vida para me salvar, eu percebia que era cada vez mais difícil ser tão fria com ele como fui quando perdi a memória.

Eu já havia dado tudo de mim a César, tratava-o melhor do que a mim mesma. Mas, no passado, ele também me tratava melhor do que a si mesmo.

Caso contrário, eu não o amaria tanto.

Minhas palavras ansiosas fizeram com que os dois homens ficassem surpresos ao mesmo tempo.

Em seguida, quase como se tivessem ensaiado, falaram em uníssono.

"Pode."

"Não pode!"

Quem disse "pode" foi César.

Quem disse "não pode" foi Enzo.

Pelo que César havia dito anteriormente, eu achava que, mesmo tendo esquecido de tudo, ele ainda sentia algo instintivo por mim para dizer aquilo.

Por isso, eu não fiquei surpresa com o "pode" dele.

O que me surpreendeu foi o "não pode" de Enzo.

Embora eu conhecesse Enzo há algum tempo, nosso contato não era frequente.

A sua recusa repentina me deixou um pouco sem saber o motivo.

Foi então que Enzo se aproximou de mim e disse: "Via, não se esqueça da identidade dele agora!"

Antes que eu pudesse responder, César interveio: "Qual é o problema com a minha identidade?"

"Sou apenas um paciente que precisa da ajuda dela para tratamento. Qual é o problema nisso?"

César sempre foi um homem impiedoso.

Com sua posição mais elevada, essa impiedade apenas se intensificou, de forma que, mesmo com mobilidade limitada, ele ainda conseguia impor sua vontade.

Levei César até meu estúdio em Capital.

Devido à necessidade de apresentar nossos avanços científicos na cúpula de tecnologia e ao grande número de pacientes na Capital, já havia estabelecido um estúdio lá.

Durante o trajeto, César não disse uma palavra, apenas me olhou fixamente.

Com sentimentos confusos, eu também não sabia o que dizer, então permaneci em silêncio.

Meu único pensamento era ver suas costas para confirmar se ele tinha a cicatriz, confirmando assim sua identidade.

Assim que chegamos ao estúdio, pedi ansiosamente que ele tirasse a camisa.

Não sei se César também estava desconfiado de sua própria identidade ou o quê, mas quando pedi que ele tirasse a camisa, enquanto ele estava ali para tratar suas pernas, ele simplesmente obedeceu sem questionar.