Se Tudo Pudesse Recomeçar romance Capítulo 51

O Prof. Pacheco realmente era uma pessoa excepcional. Sabendo do meu desejo de encontrar o professor, ele rapidamente encontrou uma desculpa para convidá-lo para um encontro.

"Você não quer mesmo jantar com o professor?"

Ele queria que eu me encontrasse com o professor de maneira aberta e franca, mas eu não tive coragem.

Eu me sentia culpada, com medo.

Também não queria, após todos esses anos, que o professor, que finalmente havia esquecido a aluna que o decepcionara, sentisse novamente desapontamento ao me ver.

"Não pense demais sobre isso. Nestes anos, o professor muitas vezes falou de você para mim. Embora haja um certo arrependimento, pode-se perceber que ele ainda sente sua falta. Quando um professor realmente gosta de um aluno, ele não fica chateado por muito tempo."

"Eu agora também sou professor, pode acreditar em mim."

Wagner Pacheco, que no ano passado voltou de um estágio em um instituto de pesquisa no exterior, começou a orientar alunos.

Eu sabia que ele só queria o meu bem, mas, mesmo assim, recusei sua boa intenção, porque além do medo, eu não sabia como enfrentar o professor.

Eu só queria poder dar uma espiada nele, ver que ele estava bem, e isso já seria o suficiente.

Wagner não conseguiu me convencer e, portanto, desistiu de insistir.

Logo, o velhinho chegou. Ver que ele estava cheio de energia e ainda conseguia andar rapidamente me aliviou.

"Wagner, lembro que foi a Via quem recomendou você para mim naqueles tempos. Você tem tido algum contato com ela nesses últimos anos?"

Após discutirem questões acadêmicas, o professor subitamente trouxe o assunto para mim.

Isso me fez ficar nervosa, apertando fortemente a xícara de café em minhas mãos.

No entanto, ao ouvir que ela não estava bem, ele não conseguia evitar se preocupar.

Ele queria que ela voltasse.

Ele queria que ela seguisse o caminho que deveria seguir.

A preocupação na voz do professor fez com que meus olhos se enchessem de lágrimas, e ao lembrar do projeto em que trabalhei por mais de um ano, me senti ainda mais culpada.

No segundo ano da faculdade, um colega de turma sofreu um acidente de carro, machucou os nervos e foi diagnosticado com paralisia nas pernas, sem chances de voltar a andar. Quando o professor organizou uma visita a ele, ver um colega outrora cheio de vida e promessas ter sua vida despedaçada por um acidente me deixou muito triste.

Ao ajudar esse colega, vi muitos outros em situações semelhantes. Ver o sofrimento deles e de suas famílias me fez desejar que algo pudesse substituir os nervos danificados e permitir que voltassem a andar.

Durante uma experiência, percebi que essa ideia poderia se tornar realidade. Então compartilhei meu pensamento com o professor, que, ao ouvir, me elogiou efusivamente, dizendo que eu era uma gênia por conceber tal ideia em tão pouco tempo de estudo naquela área.