Se Tudo Pudesse Recomeçar romance Capítulo 81

Abandonar algo por tanto tempo, especialmente os estudos, não é algo que se possa retomar facilmente. Para estar mais confiante ao procurar um professor, após me despedir de Célia, mergulhei em uma vida de estudos intensivos.

Alguns livros especializados eram tão raros que nem mesmo online consegui encontrá-los, então passei a frequentar a Biblioteca Municipal regularmente, permanecendo lá até o horário de fechamento.

Ao sair da biblioteca, eu tinha o hábito de atravessar a rua.

Do outro lado, havia um Restaurante de Wonton, que estava ali há mais de dez anos. O casal proprietário fazia os wontons frescos diariamente, e eram deliciosos. Quando eu ainda estava na escola, gostava de ir lá após a biblioteca para comer um wonton, especialmente no frio rigoroso do inverno.

Uma tigela quente de wonton aquecia meu estômago e fazia a vida parecer perfeita.

Enquanto esperava o semáforo abrir, meu celular tocou. Eu estava prestes a pegá-lo quando alguém me empurrou violentamente por trás. Totalmente desprevenida, não tive tempo nem de gritar antes de ser atirada para frente.

Antes que eu pudesse me preocupar se meus ossos aguentariam a queda, vi um carro vindo em alta velocidade em minha direção.

Entrei em pânico e tentei desesperadamente mover meu corpo, mas ele simplesmente não obedecia.

Justo quando pensei que aquele seria meu último momento, fechei os olhos, resignada ao meu destino.

De repente, senti-me envolvida por um abraço firme.

Um aroma fresco de pinho inundou meus sentidos, e sem precisar abrir os olhos, soube quem havia me salvado.

"Está tudo bem?" A voz grave do homem era como o som de um violoncelo, firme e elegante.

Ele exalava uma sensação de segurança tão forte que, com ele ali, nada parecia assustador.

"Estou bem, só estou um pouco trêmula."

Eu estava realmente apavorada. O quase acidente me deixara tão assustada que, mesmo depois de me acalmar, minhas pernas ainda estavam fracas.

Cada incidente parecia um acidente, mas cada um quase me custou a vida.

"Desculpe, Desculpe..." vendo que eu não respondia, os dois começaram a chorar ainda mais.

O choro fez com que as pessoas ao redor me pedissem para não ser tão dura com as crianças.

Isso me deixou com uma sensação amarga, como se estivesse engolindo algo que não podia reclamar.

Não era que eu quisesse ser dura com eles, mas o que aconteceu foi realmente perigoso.

Se não fosse por Wagner Pacheco que me salvou a tempo, eu agora seria uma massa de carne na rua.

Eu quase perdi minha vida, e isso não é algo que se pode simplesmente esquecer.