Se Tudo Pudesse Recomeçar romance Capítulo 98

Quando chegamos ao hospital, Paloma estava de pé no terraço.

Em pleno inverno, com temperaturas abaixo de zero, a neve começava a cair do céu.

Ela vestia apenas um vestido branco de alcinhas, enfrentando o vento cortante.

Naquela fria noite, sua figura parecia ainda mais frágil e despedaçada.

Até mesmo um cachorro passando por ali sentiria pena dela.

Imagine então meu marido.

Ele estava fora de si de raiva.

Agarrou meu irmão que estava ao lado.

"O que está acontecendo? Por que Paloma está no terraço?"

Antes que meu irmão pudesse responder, minha mãe me viu e correu na minha direção, pronta para me bater.

César, mesmo preocupado com a mulher que amava, percebeu o movimento de minha mãe e conseguiu impedi-la a tempo.

"Mãe, não bata na Via, Via ela..."

Antes que ele terminasse, minha mãe gritou, cheia de dor, "Você sabe o que ela fez? Você sabe?"

César franziu a testa, "O quê?"

Ele instintivamente achou que não era sobre eu ter quebrado um prato na cabeça de Paloma.

"Ela... ela teve a ousadia de contar para todos sobre o caso de Paloma com seu pai...!"

"Agora toda Cidade Nuvem sabe disso, estão chamando Paloma de interesseira, e como Paloma vai viver com isso? Como ela vai continuar vivendo?"

"Valéria Neto! Como pude criar uma criatura tão maldosa! Destruir Paloma uma vez não foi suficiente, você ainda quer destruí-la novamente!"

"Como você pode ser tão perversa! Como pode! Se tivesse caído do penhasco, por que não morreu?"

Inesperadamente, Paloma, que sempre fingia desmaios, desta vez realmente desmaiou, o que a impediu de esclarecer o que aconteceu hoje. Meus pais e César apenas pensaram que nós duas brigamos e que eu bati em Paloma.

Não esperavam que isso fosse tão grave, não tomaram medidas para controlar a informação.

O fato de a boa irmã ter se tornado madrasta se espalhou rapidamente, e antes que Paloma acordasse, a notícia já havia se espalhado por toda a alta sociedade.

Quando Paloma acordou, a primeira coisa que quis foi pedir a César para abafar o caso, mas já era de conhecimento geral.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa.

"Eu nunca deveria ter sido indulgente com você! Você prejudicou Paloma uma vez após a outra!"

"Via, você realmente é como você diz, uma má semente desde o nascimento!"

"Você não tem coração, não tem consciência!"

"Via, se algo acontecer com Paloma, você também não viverá!"

Dizendo isso, ele me arrastou para o terraço.

Paloma, ao me ver sendo arrastada como um cachorro morto para o terraço, teve um lampejo de malícia em seus olhos. Seus olhos cheios de cálculo me fizeram perceber que ela nunca teve a intenção de morrer.

Ela estava fazendo isso para me destruir.

Ela sempre foi capaz de se sacrificar muito.

Erguendo o olhar, quando encontrou os olhos de César, seus olhos frágeis se encheram instantaneamente de lágrimas, "irmão César, nesta vida não fomos destinados a estar juntos, espero que na próxima possamos ter alguns momentos de alegria..."

"Hoje, Paloma partirá primeiro." Dito isso, ela deu mais um passo em direção à borda.