Se você me ama romance Capítulo 296

Com o canto dos lábios tremendo, Irvin franziu a testa e disse: "Ele já está no necrotério. Deixei-o sob os cuidados dos profissionais do hospital."

"Não!" Eu chorei, agarrando-me em suas mangas. Eu balancei minha cabeça violentamente com lágrimas rolando pelo meu rosto. "Por favor, não o trate assim. Ele é meu filho! Mesmo se ele... Mesmo se estiver morto, eu devo a ele um enterro adequado."

As sobrancelhas de Irvin se uniram, suas preocupações estavam escancaradas em seus olhos escuros. "Tudo bem. Então, você precisa ficar bem. Vou deixar você planejar o funeral assim que estiver se sentindo melhor, ok?"

Eu assenti com a cabeça, e eu ainda estava com o coração partido. Não sei se algum dia vou parar de sentir essa dor.

Irvin cuidou muito bem de mim. Como eu havia perdido o bebê de forma tão trágica e estava desolada, ele até contratou duas senhoras para cuidar de mim. Ele organizou tudo para mim com sucesso.

Meus dedos traçaram o caminho da cicatriz longa e saliente em minha barriga, agora lisa sem estar ciente disso. Como o bebê morreu sufocado no útero, tiveram que fazer uma cesariana para retirá-lo, então a cicatriz era o que me restava. 

Cada vez que a tocava, me lembrava das memórias dolorosas, eram insuportáveis e inexprimíveis.

Passei as duas primeiras semanas no hospital em transe, foi então que percebi que estava em um hospital particular longe de Jarold City. Era um dos ativos de Irvin. Quando os médicos me deram alta, Irvin me levou para uma casa de campo, também uma de suas propriedades. 

Desde aquela noite, eu estava de luto, não tinha forças para pensar em outras coisas. Contudo, lembrei de que precisava avisar Monique e Ian, que eu estava segura.

Pedi um celular a uma das cuidadoras, mas percebi que nem lembrava os números de telefone. Então, desisti da ideia.

Irvin me visitava todos os dias, passava muito tempo conversando comigo sobre negócios e finanças. Eu entendia algumas coisas e outras não.

Eu sabia que ele tinha boas intenções com as visitas, queria poder me distrair para não pensar mais na criança.

Balancei a cabeça e disse com um leve sorriso: "Não estou com fome. Já comi algo pela manhã."

Irvin virou-se para a criada e perguntou em voz baixa: "A que horas ela comeu?"

"Sete horas da manhã!"

Ao ouvir essa resposta, os olhos escuros de Irvin olharam para o luxuoso relógio suíço em seu pulso, então ele me encarou de cara feia, "Agora, já é mais tarde. Você precisa comer alguma coisa!"

Eu assenti relutante. Depois de passar algum tempo juntos, senti que tínhamos nos aproximado bastante, para poder dizer que o conhecia. Embora ele fosse distante, ele era gentil e atencioso.

Após a morte do meu bebê, também perdi o apetite. Mesmo depois de me recuperar da cirurgia, não comia tanto e não sentia muita fome. Se Irvin não estivesse lá para me lembrar constantemente, eu realmente esqueceria de comer.