Se você me ama romance Capítulo 83

Acendi as luzes e olhei ao redor da sala, mas Hendrix não estava em lugar nenhum. O chão da varanda, entretanto, estava cheio de pontas de cigarro. Era evidente que ele tinha fumado muito na noite anterior.

Achando que poderia encontrá-lo no escritório, saí do quarto descalça.

Mas ele estava na sala de estar.

O vestido azul de Andrea estava completamente encharcado, e ela olhava para cima, para Hendrix, que era mais alto do que ela, com olhos vermelhos e cheios de teimosia.

"Saia!" Hendrix disse, visivelmente irritado.

"Não!" Os lábios de Andrea se abriram em um sorriso, fazendo-a parecer inocente e lamentável. "Você sabe que tenho medo de trovões."

A expressão de fraqueza e desamparo era acentuada por suas roupas encharcadas e cabelos despenteados.

Após um tempo, Hendrix cedeu e disse: "Vá tomar um banho".

Ela assentiu e o fitou por um tempo antes de dizer: "Eu não trouxe outra roupa comigo".

"As que você deixou no quarto de hóspedes ainda estão lá", Hendrix respondeu.

Eu escutava tudo do alto da escada.

Andrea assentiu de novo e se dirigiu para o quarto de hóspedes.

Ao comprar o casarão, o mestre Roberts mencionara o quão grande e espaçoso era, capaz de acomodar as muitas crianças que ele esperava que eu e Hendrix concebêssemos, pois havia muitos quartos.

Só mais tarde percebi que sua visão nunca se concretizaria. Eu nem sabia quando Andrea havia deixado roupas no quarto de hóspedes.

Que piada!

"Ai!" De repente, o som de alguém caindo veio do quarto de hóspedes.

Franzindo a testa, Hendrix instintivamente deu vários passos em direção à fonte do som, mas parou de repente e levantou a cabeça, fazendo contato visual comigo. Então ele perguntou com olhar distante, "Você está acordada?".

Meneei a cabeça em resposta, e meu coração doeu um pouco quando disse: "Ela caiu. Vá ver como ela está".

"Arianna!" Ele exclamou impotente.

"Vá!"

Eu não podia segurá-lo nem podia impedi-lo de correr para a mulher que amava.

Sem aguentar mais olhar para ele, eu me virei e voltei para o quarto. A tempestade estava forte lá fora, na varanda, para onde caminhei e parei na entrada, deixando os fortes ventos lançarem as pesadas gotas de chuva em meu corpo. Logo fiquei gelada. Mas a dor no meu coração parecia entorpecer o frio, as sensações físicas que estava experimentando não eram nada em comparação ao que estava sentindo.

Agachada no chão com os joelhos dobrados, abracei minha cintura com força e enterrei meu rosto entre as pernas, soluçando incontrolavelmente.

Como poderia haver felicidade depois de tanto sofrimento? Os finais felizes dos contos de fadas eram todos falsos.

Algumas dificuldades só podiam ser enfrentadas por nós mesmos, com a nossa força. Ninguém podia ajudar nem era obrigado a oferecer nada.

Depois de muito tempo na chuva, minha cabeça ficou pesada, e me senti tonta. Meu corpo estava dormente de frio, assim como a dor no meu coração.

Ouvindo sons de passos no quarto, levantei minha cabeça e avistei Hendrix parado ao meu lado com o rosto sombrio.

Seu olhar era indiferente e ele parecia muito zangado.

"Você fica feliz em me torturar assim?"

Fiquei atordoada antes de olhar para ele e responder, "É você?".

Ele me tirou da varanda em silêncio e depois disse com o rosto sério, "Arianna, existem algumas responsabilidades das quais não posso fugir. Você pode, por favor, não me torturar fazendo isso com você e nosso filho?".

Abaixei minha cabeça enquanto lágrimas escorriam pelo meu rosto. Logo após, murmurei: "Eu não estava torturando você. Estava apenas ferida".

Como eu estava encharcada, Hendrix me levou direto para o banheiro, ligou o chuveiro e me despiu.

Nesse meio tempo, eu me sentei na banheira, ainda entorpecida e desconfortável. 

Minha cabeça pendeu para baixo enquanto meus olhos saíram de foco.

Não fiquei envergonhada, tínhamos pouco a esconder um do outro. Simplesmente o deixei continuar tirando as roupas molhadas do meu corpo.

Após um tempo, o banheiro se encheu de vapor e meu corpo começou a esquentar.

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