Arthur subiu as escadas do hospital com passos pesados e firmes.
As amigas de Claudia que a obedeceram e foram procurar por Pedro, pararam quando viram que o homem havia retornado.
“Sr. Cadogan, C-Claudia...”
Arthur não esperou que terminassem de falar e passou por elas, ignorando-as.
Estava no pior dos humores por causa de sua discussão com Victoria, e tinha uma expressão desagradável no rosto.
O pequeno grupo era capaz de sentir o ar frio que emanava dele. Ficaram paradas, nenhuma se atreveu a detê-lo ou dizer qualquer coisa.
O homem, por sua vez, pareceu ter notado algo. Parou e virou-se para olhar para uma das mulheres.
“Você, por que ainda está aqui?”
Elaine estava junto das outras e sentiu o olhar ameaçador cair sobre ela. Seus olhos encontraram os de Arthur e ficou tão aterrorizada que sentiu um formigamento no couro cabeludo. Não sabia como se explicar.
“Artie!”
A voz de Claudia soou nas proximidades.
Olharam na direção da voz e a viram correndo descalça até eles com uma expressão de pânico no rosto. Embora ainda estivesse longe, o sangue que manchava a gaze em sua testa contrastava com seu rosto pálido.
“Claudia, o que está fazendo aqui? O médico disse que devia repousar.”
As amigas da mulher correram até ela, mas Elaine ficou onde estava, como se seus pés estivessem colados ao chão.
O olhar de Arthur era assustador e só suavizou um pouco quando a viu correndo em sua direção com o sangue na testa.
“Por que saiu da cama?”
Claudia olhou para Elaine e soou um pouco agitada quando disse: “Parece que se desentenderam com o Sr. Levane. Ouvi dizer que ele saiu com raiva, por isso resolvi sair para dar uma olhada e pedir desculpa em nome de todas.”
Elaine fugiu às pressas.
Com a partida da amiga, Claudia mostrou um sorriso amargo e continuou: “Sinto muito, Artie. Deixou seu assistente comigo para ajudar, mas minhas amigas o destrataram. A culpa é minha.”
Arthur olhou-a sem dizer nada.
Sempre foi uma pessoa apática, por isso, sempre que olhava para alguém em silêncio, fazia as pessoas sentirem-se deslocadas.
Desta vez não foi diferente. Claudia se desculpou e explicou tudo, mas o homem continuou em silêncio.
O olhar dele parecia perfurar sua alma, era como se soubesse que ela estava fingindo.
Como isso é possível? Será que Victoria disse alguma coisa?
Quando Claudia pensou nisso, lágrimas se formaram em seus olhos. Seus cílios tremiam, as lágrimas rolavam por seu rosto e ela segurou a bainha da camisa de Arthur, lamentando-se: “Artie, você está quieto porque está com raiva de mim? Ficou decepcionado comigo porque não parei Elaine a tempo na festa, né? Mas Artie não é que eu não quisesse impedi-la; apenas não sabia que ela diria aquelas coisas. Sinto muito mesmo, então, por favor, não fique zangado comigo, está bem?”
Arthur olhou de relance para os dedos que o seguravam, então olhou para a mulher que soluçava.
Deveria estar triste por vê-la chorar daquele jeito, mas, por algum motivo, outro rosto surgiu em sua mente.
Era um rosto completamente diferente daquele que estava na sua frente. O semblante era delicado e bem definido, em especial aqueles olhos sem vida.
Quando queria chorar, seus olhos se enchiam de lágrimas que nunca caíam. No fim, aqueles olhos ficariam injetados, ela daria as costas com teimosia e esconderia as lágrimas dele.
Arthur estava em transe.
Ainda se lembrava dela chorando na sua frente quando eram jovens, com o rosto coberto de lágrimas e catarro. Ela costumava segurar sua camisa, assim como Claudia estava fazendo, encarava-o com os olhos vermelhos enquanto fungava.
Quando foi?
Como me machuquei?
Claudia ficou um pouco incomodada. Por que perguntaria isso de repente? Minhas amigas não lhe disseram que Victoria me empurrou?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Segredos do amor
Só eu que desejo que Victoria fique com Bruno????...
Gostaria de saber se tem previsão para o término do livro!!??...