Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 109

Ela sentiu uma náusea terrível, mas não conseguia vomitar. Adriana berrou: "Isso é pra vocês aprenderem a não falar besteira! Não gostam de sobras de comida? Então vou alimentá-los!"

Com uma rapidez assombrosa, ela agarrou a água onde o tio mergulhava sua dentadura e jogou na boca de Fernanda, que gritava sem parar.

Os gritos se intensificaram ainda mais.

O tio se levantou às pressas, gaguejando e acenando com as mãos: "Ei, ei, ei, não engulam minha dentadura!"

Adriana lançou-lhe um olhar fulminante. Ele entendeu o recado: ela estava disposta a jogar a água em qualquer um.

Cesário nunca tinha visto uma cena dessas e, depois de um tempo chocado, finalmente falou com raiva: "Adriana! Pare agora mesmo!"

De pé sobre a mesa, ela olhava para o patriarca de cima, gritando com uma fúria ainda maior: "Por que você critica o tio sem nem saber o motivo? Há anos você o repreende sem razão, dizendo que ele não presta pra nada! Já parou para pensar que a sua atitude define como os outros o tratam?"

"Para ser bonzinho, ele é o Sr. Tomás, mas lá fora todo mundo quer pisar nele, até essa mãe e filha se acham no direito de humilhar sua dignidade!"

"O tio não é seu filho?"

"E minha mãe, que pode não ter um grande sobrenome, mas o que ela fez de errado todos esses anos na Família Torres?"

"Quando o senhor caiu do cavalo e machucou as costas, minha mãe cuidou do senhor de quatro da manhã até as nove da noite, por três meses seguidos!"

"Quem mais nesta casa fez isso? Todos são só palavras de carinho, mas na hora da verdade, usam o trabalho como desculpa e visitam uma vez por mês!"

"Mas você nem um sorriso dá para minha mãe, deixando que falem dela pelas costas! Até os empregados falam mais da 'forasteira' do que da Sra. Victoria!"

"Por que você pressiona nossa família desse jeito? Por quê?"

Adriana não estava delirando, mas sim expressando um sentimento profundo.

Eles três viviam sufocados!

Em uma casa onde só importavam os interesses, quem não era favorito acabava sendo pisoteado.

O patriarca ficou sem palavras, ainda tentando manter sua postura arrogante, apontando para Adriana furiosamente: "Insolente! Este não é lugar para suas loucuras! Desça já!"

Adriana chutou o prato à sua frente e, com uma expressão selvagem, aproximou-se do patriarca.

Eunice foi a primeira a reagir: "É falso! Tudo falso! Adriana, por que você está nos incriminando?"

Ela chorava convulsivamente, digna de uma cena dramática de novela.

Mas hoje... desculpa, Adriana estava fora de si e não ia escutar razões! Se dependesse dela, hoje ninguém escaparia!

Adriana agarrou uma faca de cortar doces e pulou na frente de Fernanda, que, acostumada a uma vida de luxos, não tinha como reagir.

Ela foi pressionada contra a mesa com um baque.

Adriana colocou a faca no pescoço de Fernanda, que tremia tanto que não conseguia falar.

Ela exigiu: "Eunice, a gravação é falsa? Diga!"

- Eunice, você não gostava de usar a Victoria para me ameaçar, hein?

- Ser ameaçado com a segurança dos seus entes queridos é algo que você acha suportável agora?