Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 110

Eunice rangia os dentes, recusando-se terminantemente a falar.

A lâmina do facão deslizou diretamente sobre a pele de Fernanda.

Fernanda gritou desesperadamente: "Eunice! Socorre sua mãe! Ela enlouqueceu!"

Com os lábios trêmulos e lágrimas nos olhos, Eunice tentou desviar o assunto: "Adriana, não faça isso, eu sei que é difícil aceitar a verdade, mas minha mãe é inocente."

Ela ficou com as bochechas vermelhas de tanto chorar, mas se recusou a admitir qualquer erro em nome da mãe.

Isso mostrava o quanto ela era falsa.

Todos conheciam Eunice há mais de três anos e a viram atuar de maneira tão convincente que, por um momento, ficaram em dúvida sobre em quem acreditar.

Foi então que Cesário falou em voz alta.

"Adriana, você enlouqueceu? Solte a Senhora Amaral, você acha que vai enganar todo mundo com uma gravação falsa?"

Essas palavras não feriram tanto o coração de Adriana, mas sim o de Tomás.

Ele, já em sua idade, ouviu o pai preferir acreditar em outra pessoa ao invés da verdade que ele próprio havia sofrido, fazendo seu rosto ficar vermelho como um fígado.

"Pai! É tudo verdade!"

"Cala a boca! Isso é jeito de falar? Adriana, saia daqui agora!" Cesário nem sequer ouviu o que ele disse.

Adriana soltou uma risada fria: "Ah, velho, você duvida tanto assim? Então olha direito o celular, acabei de te enviar algo interessante."

O Cesário pegou o celular, abriu e viu algo que o fez ficar com a expressão contorcida de desagrado.

Adriana se aproximou de Fernanda e sussurrou: "Senhora Amaral, parece que sua filha não quer te salvar. Deixa eu te contar uma coisa, fui diagnosticada com uma doença mental recentemente, não aguento estímulos fortes, eu poderia te matar e não seria considerado um crime, na pior das hipóteses, seria apenas internada, hehe..."

O riso dela era arrepiante, e Fernanda tremia incontrolavelmente.

Quando Adriana cortou sua pele com a faca, Fernanda soube que Adriana realmente pretendia matá-la.

Vendo que Eunice se mantinha em silêncio, Fernanda teve que se defender.

"A gravação é verdadeira!"

Adriana empurrou Jaques, pisando propositalmente no pé dele ao passar e tirou o laudo médico da bolsa, mostrando primeiro para o velho senhor.

Depois, mostrou para Eunice.

Eunice, furiosa, disse: "Isso deve ser falsificação."

Adriana apontou para o nome do médico no laudo: "Doutor Ferreira, você deve conhecê-lo, não? Como você acha que eu conseguiria fazer ele forjar isso?"

Ele era homem de Jaques!

Naquele momento, Jaques, ao ouvir o nome, olhou fixamente para Adriana.

Como ela sabia?

Adriana não se importou com o olhar de Jaques, brincando com a faca que ainda tinha o sangue de Fernanda, limpou-a com o xale de seda que Fernanda havia deixado sobre a cadeira.

Eunice sentiu um arrepio mortal vindo de Adriana, deixando um frio na espinha.

Ela, ainda de punhos cerrados, continuou: "Adriana, mesmo que o laudo seja verdadeiro, minha mãe só falou aquilo porque foi assustada por você, vou chamar a polícia para limpar o nome dela."