Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 1127

Tania abriu a porta a contragosto.

"O machucado está nas costas, como vou trocar o curativo sozinha? Você pode me ajudar?"

Na Família Alves, pelo menos ainda havia uma empregada para ajudá-la.

Bernardo respondeu sem pensar: "Uhum."

Quando quis voltar atrás, já tinha sido puxado por Tania para dentro do quarto.

"Então vou tirar agora." Tania começou a desabotoar a camisa.

Bernardo percebeu de imediato o que ela pretendia e a observou sem reação.

Ela tirou dois botões e parou, encarando-o intensamente.

Bernardo arqueou a sobrancelha: "Por que parou? Lembro que na primeira noite em que voltou comigo, você tirou tudo bem rápido."

Boom.

Até Tania, com toda sua cara de pau, não conseguiu conter o rubor nas bochechas.

Naquela vez, ela pensou que ele...

Mas ele só a enrolou no edredom e a jogou na cama, indo embora logo depois.

Bernardo sabia que ela fazia drama, mas no fundo era covarde.

Tania mordeu o lábio, virou-se de costas e sentou-se na beira da cama, tirando o pijama.

A luz do quarto era forte, tornando sua pele ainda mais pálida.

E as marcas nas costas, ainda mais chocantes.

A mão de Bernardo hesitou no ar por um instante, depois ele franziu a testa antes de começar a passar o remédio.

Até hoje, Tania se recusava a dizer como havia se machucado.

Quando perguntavam, ela dizia que tinha batido em alguma coisa.

Mas o médico dissera que havia mais de um tipo de ferimento: marcas de cinto e hematomas de algo duro.

As duas lesões estavam praticamente sobrepostas.

Ou seja, ela havia sido agredida por pelo menos duas pessoas ao mesmo tempo.

Havia marcas de defesa nos braços, mas poucas.

Parecia mais uma desistência apática depois da dor.

O remédio ardia no machucado, mas Tania suportava.

Com o tempo, o efeito aumentou, e suor começou a brotar em seu pescoço, suas mãos apertando o lençol.

Bernardo lançou um olhar à pele suada e delicada dela, desviando o olhar logo em seguida.

"Está doendo?"

"Uhum, sopra pra mim, por favor?"

Tania virou o rosto, olhando para Bernardo com um ar de súplica.

Ela tinha o tipo de beleza que muitos homens consideravam angelical; bastava forçar uma lágrima para desestabilizá-los.

Mas havia exceções.

Bernardo.

Normalmente, quando ela começava com suas provocações, Bernardo ia embora imediatamente.

Hoje, ela torcia para que ele fizesse isso, porque a dor estava quase fazendo-a chorar.

Bernardo percebeu suas intenções.

Geralmente, ele não se importaria, mas dessa vez não virou as costas.

Tania sentiu o colchão afundar atrás dela de repente.

No segundo seguinte, sentiu o vento fresco sobre o machucado no ombro.

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