Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 1159

Jaques acariciou suavemente o frasco em suas mãos: "É uma grande amiga da sua mãe? Também colega de trabalho?"

Adriana hesitou por um instante: "Por que essa pergunta?"

Jaques não respondeu de imediato. Em vez disso, puxou Adriana até a beira da cama, erguendo o frasco de perfume bem alto.

O frasco, que antes parecia comum, refletia uma luz delicada e colorida sob o sol, como se fosse feito de vidro artesanal.

Mas, assim que o abaixava, voltava a ser apenas um objeto ordinário.

Adriana demonstrou certa surpresa: "Minha mãe nunca me disse que esse frasco escondia algum segredo."

Jaques apertou o frasco entre os dedos: "O toque desse vidro é especial, e é bem pesado. Não faz sentido ser algo tão simples. Um frasco desses, vinte e poucos anos atrás, certamente não era de um perfume comum."

Sem falar que o perfume dentro era uma mistura exclusiva.

Definitivamente, não era algo acessível para qualquer pessoa.

Adriana ficou olhando para o frasco, caminhou alguns passos de um lado para o outro e, de repente, teve um estalo.

"Minha mãe já comentou que trabalhou um tempo num balcão de perfumes, mas nunca disse qual marca. Porém, conheço alguém que entende muito desse assunto."

Ela pegou o frasco e tirou algumas fotos, enviando-as para Sabrina.

Sabrina tinha um hobby peculiar: colecionava perfumes, a ponto de comprar até frascos vazios para exibir em casa.

Logo Sabrina ligou de volta.

"Adriana, eu te amo demais! Sabe há quanto tempo procuro esse frasco? No mercado de usados, só o vidro já passa de sessenta mil reais!"

"Um frasco vazio custa tudo isso?" Adriana exclamou, incrédula.

"Você não coleciona perfumes, por isso não entende! Esse foi o único redesign do mestre perfumista da Saint Laurent antes de morrer, e ainda por cima uma edição limitada. Assim que lançou, esgotou rapidinho. Era impossível conseguir um desses, e agora vejo que você tem um! Mas..."

Sabrina parou de falar, como se tivesse notado algo estranho.

"O que foi?"

"Esse seu frasco não tem o nome da marca, mas olhando bem, é original. Deve ser de funcionário, né? A marca tem medo que os empregados revendam, então toma algumas precauções." explicou Sabrina.

"Já sei! Ouvi dizer que, a cada cinco anos, as vendedoras mais experientes da marca podem visitar o laboratório e criar um perfume exclusivo só pra elas. Se não houve recarga, só pode ter sido feito por algum funcionário."

"Obrigada, Sabrina! Vou te levar pra jantar qualquer dia desses."

Depois de desligar, Adriana olhou para Jaques, que certamente ouvira tudo.

O perfume de Victoria era uma criação única, feita por uma colega de trabalho.

Mas aquela pessoa já estava morta.

Por isso Victoria ficava tão abalada toda vez que Adriana mencionava o cheiro de orquídea.

"Que ligação pode haver entre uma pessoa morta e a Dona Azevedo?"

Jaques respondeu: "Só sua mãe pode responder essa pergunta."

Nesse momento, Tomás ligou avisando que Victoria havia acordado e pediu para Adriana levar o perfume até ela.