Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 41

Quando Adriana acordou novamente, já estava no hospital.

Embora seus olhos se movessem, sua consciência ainda não havia retornado completamente. Ela ouviu a conversa ao lado da cama.

"Como ela está?"

Uma voz grave, familiar e com um toque de perigo.

"Sr. Jaques, está tudo bem. Garanto com minha carreira que a mão da Sra. Guerreiro vai recuperar completamente."

Mão?

Ao ouvir aquela palavra, Adriana despertou aos poucos, com os olhos semicerrados pousando no crachá pendurado no jaleco branco ao lado da cama.

[Chefe de Neurologia, Romario.]

Um nome que parecia estranhamente familiar.

E então ela se lembrou.

Em outra vida, Eunice havia se cortado enquanto cozinhava, e Jaques, alarmado, convocou o melhor chefe de neurologia para examiná-la.

Naquele mesmo dia, Adriana recebera uma rara oportunidade de redesenhar joias exclusivas, mas foi atacada por um criminoso que feriu os nervos de sua mão.

Desesperada, ela suplicou ao hospital que chamasse o melhor neurologista, mas a resposta foi seca: o médico estava cuidando de Eunice, levada por Jaques para tratar um mero corte.

Tomada pelo desespero, Adriana ligou para Jaques, implorando por ajuda, mas ele disse: "Você não pode parar de enlouquecer toda vez que algo acontece com a Eunice? Adriana, isso não te cansa?"

Ele desligou o telefone, e ela perdeu toda esperança e oportunidade.

Naquele momento, o rosto do médico à sua frente começou a se sobrepor com o do passado.

E ao seu lado estava a fonte de sua dor.

"Ah!"

"Não chegue perto!"

"Afaste-se! Afaste-se!"

"Minha mão! Minha mão foi cortada!"

No quarto agora silencioso, Jaques atendeu a ligação.

Do outro lado da linha, Evaldo Castro informou em tom grave: "A Família Figueira conseguiu pagar uma fiança alta para libertar Nereu Figueira. Além disso, contrataram uma equipe de advogados renomados. É provável que ele receba apenas uma pena suspensa."

Uma pena suspensa… Praticamente significava não cumprir tempo de prisão.

Nereu provavelmente não seria punido.

Jaques caminhou até a janela, abriu-a e apoiou-se no parapeito. Ele acendeu um cigarro e, ao exalar a primeira baforada, lançou um olhar gélido para Adriana, ainda deitada na cama.

"Então deixe-o ser libertado de vez. Está entendido?"

Jaques sacudiu o cigarro, levemente selando o destino de Nereu.

Evaldo respondeu respeitosamente: "Entendido."

Após desligar, Jaques apagou o cigarro e voltou a sentar-se ao lado da cama.

Talvez graças ao sedativo, Adriana agora dormia profundamente. Seu rosto delicado, repousando sobre o travesseiro, parecia sereno.