Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 43

Voltando à universidade.

Adriana empurrou a porta do dormitório. Suas colegas de quarto ainda não haviam chegado. Como havia mencionado no grupo do WhatsApp, iriam a uma entrevista de emprego.

Ela abriu seu armário, observando o conteúdo internamente. Seus olhos se estreitaram levemente.

Justo quando estava prestes a pegar algo, uma voz ecoou atrás dela.

"Adriana."

Ela baixou a mão e se virou. Luciana Valente correu em sua direção, começando a se esbofetear freneticamente.

"Adriana, me perdoe!"

"Foi pura ingenuidade minha! O Jornalista Pessoa disse que usaria a sua conta apenas para postar algumas coisas, e eu acreditei."

"Você sabe como minha mãe vive dizendo que a faculdade é um desperdício de dinheiro, e foi por isso que acabei nessa situação. Tenha um pouco de compaixão por mim."

Luciana continuava a se esbofetear, claramente em uma tentativa de manipular Adriana emocionalmente.

Adriana não reagiu, apenas fingiu estar surpresa, observando enquanto Luciana dava tapas em seu próprio rosto.

Luciana estava furiosa, mas não conseguia parar.

Quando seu rosto começou a ficar vermelho, Adriana finalmente interveio.

"Pare com isso. Já é tarde para qualquer coisa agora."

Ela abaixou os olhos, tocando a mão machucada.

Luciana iluminou-se: "Adriana, o que aconteceu? Sua mão está machucada ao ponto de não conseguir competir?"

Adriana lançou-lhe um olhar, soltando um suspiro proposital.

"O médico disse que será difícil minha mão recuperar a agilidade de antes, talvez competir esteja fora de questão."

Ela disse isso, deixando a mão cair de forma desanimada.

Pelo canto do olho, viu Luciana esboçar um sorriso maldoso.

No segundo seguinte, Luciana mudou para uma expressão preocupada. "Adriana, não pense demais."

"Ok." - Adriana forçou um sorriso, mudando de assunto: "Estou um pouco cansada, vou descansar."

Luciana assentiu e foi embora.

Adriana observou sua silhueta se afastando e, ao se deitar no travesseiro, sorriu.

Luciana certamente iria correr para contar a Eunice.

Era exatamente isso que ela queria.

Com a competição se aproximando, ela não queria mais imprevistos.

Espalhar uma estratégia ilusória era a estratégia mais eficaz para desferir o golpe final em Eunice.

...

No fim de semana.

Adriana retornou para a Família Torres.

Ao chegar, duas figuras desceram de um carro estacionado ao lado.

Da Família Torres, Sra. Marsha, Marsha Pires.

O neto mais velho da Família Torres, Lucas Torres.

Marsha estava vestida de forma simples, mas elegante, e apenas o anel de esmeralda antigo em seu dedo se destacava como adorno.

Dizia-se que aquele anel era um símbolo de compromisso entre ela e o patriarca da família Torres, e nunca havia sido retirado desde o dia em que foi colocado.

Uma pena que ele já se foi.

Adriana se aproximou: "Sra. Marsha."

Marsha sorriu e balançou a cabeça: "Você é sempre tão formal, chega a parecer distante."

"De jeito nenhum."

Então, Lucas se aproximou de Adriana, perguntando:

"Adriana, como está sua mão?"

Ela levantou os olhos e encontrou o semblante gentil e elegante de Lucas, entrando em seu campo de visão.

Vestido em um terno cinza claro, ele parecia particularmente impecável.

Ele era um dos poucos na Família Torres que tratava Adriana com gentileza.

Victoria, sempre ávida por novidades, aproximou-se de Adriana com um sorriso animado, puxando-a para o lado:

"Você soube que Nereu teve o que merecia?"

"O que exatamente ele merecia?"

"Depois de ser solto sob fiança, ele passou a noite com uma mulher, e alguém tirou fotos. Acontece que a mulher tinha HIV, e Nereu já perdeu o tempo ideal para começar o tratamento antirretroviral."

Adriana ficou ligeiramente atônita. Era uma situação que realmente parecia uma retribuição amarga.

Um homem que buscava prazer de forma desenfreada, encontrando sua ruína exatamente nisso.

Era, de fato, um destino mais cruel do que simplesmente ser preso ou mesmo morto - viver consumido pelo desespero

Mas... poderia tudo ser apenas coincidência?

Antes que ela pudesse se aprofundar em seus pensamentos, Cesário Torres entrou.

Desta vez, o patriarca não a incomodou e tudo estava harmonioso.

De repente, um parente da Família Torres olhou para Eunice e perguntou: "Eunice, ouvi dizer que você vai representar a universidade numa competição. Como estão os preparativos?"

"Meu trabalho já está quase pronto." - Eunice disse confiante.

"Não é à toa que é a preferida do Jaques. Realmente tem algo especial, não é qualquer um que pode competir."

Enquanto falava, lançou um olhar desprezível em direção a Adriana.

Eles sempre desdenharam de Adriana, mas ela há muito tempo aprendera a não se importar.

Inesperadamente, Lucas limpou a boca e sorriu: "Quem tem a chance de participar de uma competição certamente tem talento, mas não posso deixar de mencionar a Adriana. Desde pequena, ela mostrou uma aptidão incrível para o design. Lembro que, ainda na universidade, várias pessoas queriam comprar os direitos de suas obras. Ela tem um futuro brilhante pela frente."

O elogio inesperado de Lucas atingiu Eunice e os bajuladores em cheio. Suas expressões tornaram-se rígidas, mas nenhum deles teve coragem de rebater.

Adriana lançou um olhar grato a Lucas, e ele respondeu com um sorriso tranquilo.

Porém, ao desviar o olhar, Adriana sentiu algo perturbador. Um olhar gelado pesava sobre ela, fazendo-a estremecer.

Ela sabia exatamente de quem era, mas decidiu ignorar.

Após a refeição, Adriana se levantou rapidamente com a desculpa de ajudar a fazer o café, buscando uma fuga rápida.

Mas, ao chegar ao cômodo onde o café estava guardado, a porta atrás dela se fechou lentamente.