Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 448

Jaques passou a noite sentado na cama.

Ao amanhecer, Clarice despertou lentamente e viu que o homem ainda estava ao seu lado. Sentiu-se feliz, mas também com o coração apertado.

Ela falou com uma voz fraca: "Sr. Jaques, desculpe-me por tê-lo feito passar a noite comigo."

Jaques voltou a si e se levantou lentamente: "Vou chamar um médico."

Quando ele se virou para sair, Clarice pegou sua mão.

"Sr. Jaques, eu gosto do senhor. Podemos ficar juntos? É claro que você pode recusar também."

Jaques olhou para ela, impassível, e gentilmente soltou sua mão: "Primeiro vamos deixar o médico examiná-la."

Observando o homem se afastar, Clarice mordeu os lábios pálidos, com os olhos úmidos.

Depois de uma visita do médico, que confirmou que Clarice estava fora de perigo, ela foi transferida para um quarto comum.

Jaques a ajudou a se deitar e avisou seriamente: "Seu irmão está a caminho."

Clarice imediatamente agarrou o braço dele, ansiosa: "Sr. Jaques, o senhor vai embora?"

"Recebi uma mensagem de casa, tenho que voltar."

O olhar de Jaques era profundo, sem demonstrar nenhuma emoção, como se fosse um inverno gelado do lado de fora.

Tudo estava enterrado e congelado. Contanto que ele quisesse, ninguém jamais conseguiria enxergá-lo por completo.

Clarice ficou rígida por um momento, mas depois seu rosto voltou ao normal e ela até sorriu.

"Você está me explicando isso?"

"Haha, todo mundo disse que você era difícil, mas eu sempre soube que esse não era o caso."

"Tenha cuidado na estrada."

Jaques acenou com a cabeça e se dirigiu à porta.

Clarice acenou para ele com um sorriso, embora não tenha recebido resposta.

Ao sair do quarto, Jaques encontrou Bernardo,

cuja expressão era pesada, claramente tendo ouvido as esperanças unilaterais de sua irmã.

Jaques apenas assentiu com a cabeça, emanando uma aura fria que subjugou Bernardo instantaneamente.

Somente depois que ele passou, Bernardo conseguiu recuperar o fôlego.

Franzindo a testa, ele chamou Jaques: "Sr. Jaques, espero que considere cuidadosamente o que eu disse antes."

O senhor colocou a xícara de café sobre a mesa com descontentamento, plenamente ciente da intenção oculta por trás das palavras.

"Você está me culpando por mandar alguém te vigiar? Eu só estava com medo de que você perdesse a razão! Clarice é uma garota maravilhosa, e foi por sua causa que ela ficou assim! Você realmente não sente nenhuma responsabilidade?"

"Boa em que sentido?" - Jaques respondeu calmamente.

O senhor respondeu com convicção: "Em todos os sentidos. Melhor do que qualquer pessoa inútil que fica aparecendo toda hora."

Jaques sorriu friamente, continuando a servir o café lentamente: "Já que você sabe de tudo, não precisa mais me dar indiretas no futuro."

"Jaques!" - exclamou o senhor com raiva: "está dizendo que não posso me preocupar com você?"

A tensão entre pai e filho aumentou, mesmo com o vapor do café subindo entre eles.

Jaques não respondeu, simplesmente continuou a encher a cafeteira, mesmo quando a água transbordou e apagou o fogo do fogão.

Ao ver isso, o senhor cerrou os dentes, com os olhos astutos marcados por rugas, e um arrepio percorreu sua espinha.

Jaques o estava avisando.

Jaques era alguém que ele próprio havia moldado, treinado com suas próprias mãos. No entanto, naquele momento, até mesmo como pai, começava a sentir um temor crescente em relação a ele.

Com um tom ainda frio e significativo, Jaques disse: "Pai, beba menos café. O médico sugeriu que o senhor descansasse mais."