Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 452

Sabrina achava que até a própria Adriana já tinha esquecido. Virou-se, foi até a cozinha, pegou o item e colocou diante dela.

Era um relógio masculino discreto, mas de altíssimo valor.

Adriana o reconheceu imediatamente. Ela pertencia a Jaques.

Ela tinha um relógio idêntico, mas em uma versão feminina.

Mas quando ela arrumou a cozinha na noite anterior, o relógio definitivamente não estava presente.

A menos que... a pessoa que estava ao seu lado quando ela teve febre fosse Jaques.

Bernardo nunca havia dito que havia preparado a lasanha - isso era algo que ela supunha.

Pensando em tudo que parecia um sonho, as mãos de Adriana tremeram levemente, fazendo com que o café derramasse.

Sabrina rapidamente pegou um pedaço de papel para limpá-lo: "O que aconteceu com você?"

Adriana olhou pela janela, de repente pegou seu relógio e saiu correndo.

Dentro do elevador, ela observou os números descerem, contando mentalmente.

Ela se apoiou na parede, com sentimentos confusos e contraditórios, sempre alertando a si mesma para não continuar.

Mas ela realmente queria saber a resposta.

Ela já havia enfrentado a morte uma vez, de forma dolorosa, e sobreviveu.

Ela não podia simplesmente deixar seu passado sem resposta.

Ao sair do prédio, ela se deparou com um espaço livre de chuva.

Mas, por mais que procurasse, ela não conseguia encontrar o dono daquele olhar que acabara de sentir.

Ele provavelmente já havia partido.

Ela apertou o relógio em sua mão e pegou o celular. Antes que ela pudesse fazer uma ligação, o telefone tocou - era Victoria Lopes.

"Mamãe."

"Adriana, o Jaques está prestes a ficar noivo da Sra. Alves antes do final do ano. E logo depois, eles vão se casar. Foi ele quem fez o pedido de casamento."

Depois de ouvir isso, Adriana ficou paralisada.

A voz de Victoria parecia cada vez mais distante, até que ela só ouviu o som de um galho quebrando acima dela, fazendo com que uma grande quantidade de chuva caísse sobre ela, mas ela não reagiu.

De repente, uma figura veio rapidamente em sua direção, afastando-a dos galhos e da chuva que caíam.

Era o Jaques.

Era realmente ele.

Ela cerrou os punhos com força. O vento frio fez seus olhos se encherem de lágrimas involuntárias. Forçando-se a manter a calma, ela pegou o relógio e o colocou no pulso dele.

"Tio, é melhor deixar as coisas assim."

Ela não queria mais respostas.

Na vida passada, fosse erro ou um segredo indizível, pouco importava. Nesta vida, já haviam se enredado o suficiente.

Mas quando ele soltou o relógio, os músculos do pulso de Jaques se retesaram, as veias saltaram e ele rapidamente agarrou o pulso dela, prendendo-a contra o peito.

Seus olhos escuros a encaravam, assustadores, mas com um sorriso frio nos lábios.

"Quem disse que poderia deixar as coisas assim?"

Ele agarrou o queixo de Adriana, erguendo-o com firmeza: "Adriana, eu já te disse antes. Desde o dia em que resolveu me provocar, você deveria saber se isso deve ou não chegar ao fim. E não é você quem decide."

Adriana sentiu a dor e cerrou os dentes: "E a Sra. Alves?"

Jaques hesitou por um instante, com certa preocupação. No fim das contas, ele realmente se importava com Clarice.

Mas suas palavras seguintes deixaram Adriana paralisada.

"Eu cuidarei de você."

Seus lábios tremeram antes que ela pudesse falar: "O que você quer dizer com isso?"