Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 62

Adriana rapidamente segurou sua mão: "Claro que te perdoo. Sei que você não teve escolha, e eu confio em você."

Seu rosto estava perfumado com o aroma da cerveja. Seu sorriso era quente e genuíno.

Luciana assentiu várias vezes, como se estivesse aliviada, mas por dentro zombava:

Que tolice. Guardar essas pequenas gentilezas na memória por tanto tempo... Merece mesmo ser enganada.

Luciana mudou para um tom mais preocupado: "Adriana, ouvi dizer que você está pensando em desistir do concurso. Sabe, não tem problema... A gente pode simplesmente procurar um emprego depois. Não precisa sempre buscar ser a melhor."

"Luciana, como minha amiga de longa data, você não deveria me encorajar?"

"Eu... Eu só não quero que você fique sobrecarregada. Não foi com outra intenção." - balbuciou Luciana.

"Entendi, falando em concurso, notei que alguém mexeu no meu projeto. Você não tem a chave do meu quarto, tem?" - Adriana perguntou, testando-a.

Luciana começou a chorar, se sentindo injustiçada: "Você suspeita de mim? Somos amigas há tantos anos! Além do mais, suas colegas de quarto sempre foram contra você. Fui eu quem sempre te defendeu e esteve ao seu lado, e se fui uma delas?"

"Não começa, Luciana. Fazer uma cópia da chave já foi errado. Agora você ainda fala mal delas? Se elas ficarem irritadas e resolverem te denunciar, você pode acabar sendo penalizada. Pense bem: estamos nos formando. Não é algo que você gostaria de ter no seu histórico, certo?"

"Não foi isso que eu quis dizer..." - Luciana, que era mais vulnerável à pressão, parecia ansiosa.

"Então me devolva a chave. Vou jogá-la no vaso na frente delas. Assim, elas não terão motivos para te acusar de nada."

Adriana estendeu a mão.

Luciana hesitou, mas o medo de consequências maiores a fez ceder. Ela entregou a chave, relutante.

Adriana pegou a chave e começou a falar bobagens, fingindo estar bêbada.

"Meu projeto sumiu... Não tenho mais nada... Estou arruinada..."

Luciana, acreditando no teatro, esboçou um sorriso discreto e ajudou Adriana a voltar para o quarto antes de ir embora.

Assim que a porta se fechou, Adriana se levantou da cama, recuperando toda a compostura, e entregou a chave para suas colegas destruírem.

Depois, sentou-se à mesa e começou a redesenhar seu projeto, com determinação renovada.

Somente às três da manhã ela finalizou o novo design.

No dia seguinte, ao despertar, encontrou uma bolsa térmica de açaí com banana e um café da manhã embalado cuidadosamente ao lado.

As outras duas trouxeram uma enorme caixa com o logotipo de uma grande empresa estampado. Adriana ficou atônita.

Era um vestido de gala da AIE.

"Vocês... assaltaram alguém?"

As três riram alto.

"De manhã, alguém disse que era uma entrega para você. Então, pegamos para você. Ah, veio com um cartão. Dá uma olhada."

Sob a fita de veludo, havia um cartão branco.

Adriana o puxou e abriu, mas não havia quase nada escrito - apenas a letra "T".

As colegas de quarto, curiosas, perguntaram: "O que significa 'T'?"

T, Torres.

Na família Torres, além de Victoria e Tomás, apenas uma pessoa poderia ter sido tão atenciosa com ela.