Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 863

Mariza se surpreendeu:

"Dr. Ferreira tem irmão? Parece algo urgente, você quer ir ver?

Adriana, instantaneamente, sentiu-se incomodada, especialmente com Estela ali. Chegou até a pensar que aquilo era algum tipo de presságio.

Mas, por algum motivo, Estela acabou puxando Mariza pela mão e as duas saíram juntas.

Não restou alternativa a Adriana senão acompanhá-las às pressas.

Assim que chegaram à porta do quarto de Breno, encontraram Antônio e o médico conversando em tom sério.

Ao se aproximar, Adriana conseguiu captar parte da conversa.

"Dr. Ferreira, continuar com esse tratamento vai sair caro, e ninguém pode garantir se ele vai acordar "Dr. Carvalho disse, tentando ser delicado.

Antônio olhou para dentro do quarto e respondeu, resignado:

"Continua o tratamento. Eu dou um jeito de arrumar o dinheiro. Depois do acidente do meu irmão, minha mãe também não anda bem.

Dr. Carvalho balançou a cabeça, sem saber o que dizer:

"Fiquei sabendo que você vendeu até seu bar. Tem certeza de que vale a pena?

Antônio apenas sorriu, sem responder.

Adriana ficou alguns passos atrás, sem coragem de se aproximar.

Antônio sempre fora muito responsável. Mesmo que Breno tivesse cometido um erro grave, o irmão jamais o abandonaria.

Aquele bar era patrimônio particular de Antônio, e dava muito dinheiro.

Ainda assim, ele vendera tudo pelo Breno.

Se continuasse assim, provavelmente a família Ferreira ia acabar sem nada.

Enquanto Adriana pensava nisso, Mariza falou de repente:

"Estela, Estela, volta aqui...

Foi só então que Adriana percebeu: Estela tinha aproveitado um descuido e entrado no quarto de Breno.

Ela foi rápido atrás e se desculpou:

"Desculpa, vou tirá-la daqui agora.

Adriana entrou e viu Estela parada aos pés da cama, olhando para Breno.

Breno estava bem magro, mas ainda assim lembrava muito Antônio.

Adriana achou que Estela só estava curiosa e se apressou em explicar:

"Estela, esse é o irmão do Sr. Ferreira, por isso eles se parecem.

Estela respondeu com um "uhum" meio estranho e, de repente, puxou a mão de Adriana.

"Ele morreu.

Às vezes sonhava que Breno levantava da cama e invadia o centro cirúrgico, arrancando o bisturi da mão do médico e abrindo o corpo de Estela.

Depois que Estela morria, ele ainda jogava na cara dela um papel de consentimento assinado pelo Jaques.

Só de lembrar, Adriana sentia frio nas costas.

Ela não conseguia sentir pena de Breno; na verdade, achava até melhor ele ter partido, assim não arrastava mais Antônio para baixo e jamais teria chance de machucar Estela.

Vendo Antônio meio desnorteado, Adriana logo foi até ele e o amparou:

"Vai descansar um pouco. Deixe os médicos cuidarem do Breno agora. Depois você resolve o resto. Eu e Estela ficamos bem, pode deixar com a gente.

Mariza também ficou séria:

"Dr. Ferreira, vou ficar aqui com elas. Pode cuidar das suas coisas.

Antônio voltou a si, respirou fundo:

"Obrigado. Os papéis do hospital estão aqui. Vão indo na frente, preciso avisar minha família.

"Tá bem.

Adriana pegou os documentos e saiu dali com Estela e Mariza.

Já no quarto, Estela disse que estava com fome. Mariza também, então sugeriu descer para comprar alguma coisa para comer.

Adriana ficou com Estela, que se ocupou desenhando na cama. Sem perceber, Adriana se distraiu tanto que nem notou quando alguém se aproximou.