Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 90

Adriana terminou de falar e, sem aviso, seus olhos logo se encheram de lágrimas.

Sua colega de quarto, até então cheia de indignação, mergulhou imediatamente na emoção do momento.

Branca, com a voz embargada, tentou confortá-la: "Adriana, não fica assim. A gente vai seguir o tratamento direitinho e logo você vai melhorar."

"Isso mesmo, os médicos daqui são excelentes, você tem que confiar neles e, principalmente, em você mesma."

Ofélia cobriu o rosto com as mãos, claramente com o coração apertado.

Lisa, por sua vez, não disse nada, mas enxugava as lágrimas discretamente, com sua presença comunicando muito mais do que qualquer palavra.

Luciana, ao ver o desânimo delas, percebeu que a situação dos olhos de Adriana era realmente complicada.

Ela suspirava, tremendo levemente, com as lágrimas escorrendo enquanto abraçava Adriana com força.

"Adriana, eu não acredito! Você vai ficar bem, tenho certeza! Snif, snif, snif..."

Qualquer um que visse a cena poderia até achar que Luciana tinha um carinho imenso por Adriana.

Mas Adriana sabia muito bem que, por trás daquele abraço, Luciana escondia um sorriso de satisfação perversa.

Na verdade, Luciana estava mesmo sorrindo.

Ela secretamente desejava que Adriana ficasse cega!

No entanto, no segundo seguinte, o sorriso de Luciana desapareceu.

Adriana deu um tapinha nas costas de Luciana, dizendo com preocupação: "Luciana, eu estou bem. Ouvi dizer que você caiu dentro do vaso sanitário, como você foi tão descuidada?"

Luciana ficou imóvel, com seu rosto se transformando em um turbilhão de emoções, como se uma avalanche de sentimentos a tivesse atingido de repente.

E para sua vergonha... os médicos e enfermeiros que chegaram para a ronda escutaram tudo da porta.

Branca olhava para Luciana com um olhar que poderia rasgar a mulher ao meio.

Adriana, incapaz de ver, naturalmente não sabia da presença deles.

Ela continuou: "Luciana, como você foi tão descuidada a ponto de cair na merda? Mas fico feliz que você esteja bem. Da próxima vez, seja mais cuidadosa."

A situação, por si só, já era hilária - uma adulta caindo dentro de um banheiro.

Mas cair nos próprios excrementos era simplesmente...

Luciana estava mais ansiosa que o médico, quase querendo ela mesma verificar os olhos de Adriana.

Assim que o médico terminou, ela perguntou ansiosa: "Doutor, os olhos da minha amiga vão melhorar?"

O médico estava prestes a responder quando Adriana o interrompeu: "Doutor, eu sei que meu caso é complexo. Só gostaria de saber se, com o tratamento adequado, ainda há chance de recuperar a visão."

O médico tranquilizou: "O principal problema é a sua variação emocional. Mantenha a calma nos próximos dias, evite se exaltar, e acredito que o tratamento terá efeito. Caso contrário, ninguém poderá ajudá-la."

Os médicos sempre mantinham suas palavras ambíguas, nunca se comprometendo totalmente.

"Obrigada, doutor." - Adriana suspirou aliviada na frente de todos, agradecida: "Ainda bem, ainda há esperança."

Após a saída do médico, Luciana, que antes estava cheia de perguntas, ficou em silêncio, absorta em seus próprios pensamentos.

Depois de um momento.

Luciana se aproximou da cama, olhando timidamente para Adriana: "Adriana, na verdade eu vim aqui para compartilhar uma boa notícia com você."

"O que seria?"