“O quê? Você se machucou?”
Lily entrou em pânico assim que ouviu. Saltou da cama e correu para examiná-lo, os olhos cheios de preocupação.
Com medo de que o ferimento piorasse sem cuidados, ela foi depressa buscar o kit de primeiros socorros.
“James, deita na cama. Eu cuido disso pra você.”
Ao vê-la tão aflita por ele, o olhar normalmente frio de James suavizou, ganhando um calor raro.
Mas, sabendo que a preocupação dela vinha de gratidão e não de afeto, aquele calor logo foi engolido por uma pontada amarga de decepção.
Ainda assim, lembrando do que os conselhos do fórum diziam — que combinar um ar sedutor com um machucado era a jogada perfeita —, ele se deitou de bruços na cama, mantendo o rosto impassível.
Lily já tinha trocado de pijama.
Mas, ao ver os pedaços rasgados do seu pijama de seda rosa ainda na cama — um deles repousando suavemente sobre as costas esculpidas de James, como uma pétala de flor de pessegueiro caída —, ela não conseguiu evitar de lembrar da confusão da noite anterior. O torpor do episódio dele, a proximidade, o calor. Seu rosto corou e o coração disparou.
Respirando fundo, ela abriu o kit de primeiros socorros e examinou as costas dele.
Mas… não encontrou nenhum ferimento.
Sabendo o quanto James era correto e disciplinado, ela duvidava que ele brincasse com algo assim.
Será que é só impressão minha?
Ela esfregou os olhos, mas continuou sem ver nada — apenas as cicatrizes antigas do acidente de carro.
Por fim, perguntou, hesitante: “Tem certeza que o machucado é nas costas? Eu… não estou vendo nada.”
“Mais embaixo”, ele respondeu, tentando esconder a culpa.
James se sentia completamente sem vergonha.
O ferimento podia ser no ombro, no braço, na parte superior das costas.
Mas não — ele escolheu a parte inferior das costas.
“Ah.”
Lily entendeu. Muita gente chama toda a parte de trás de “costas”, mas claramente ele queria dizer a lombar.
Eles já tinham ficado próximos antes.
Quando a condição dele piorou, ela tocou a lombar dele — e até lugares mais constrangedores.
Mas agora, os dois estavam totalmente conscientes. Tocar nele — ainda mais puxar o cós da calça — a deixava tão envergonhada que queria sumir.
Mesmo assim, ela gostava dele. Muito.
E se não tratasse o ferimento, ficaria preocupada que piorasse. Então, decidiu engolir a vergonha e fazer o que era certo.
Afinal, médicas cuidam de pacientes homens o tempo todo. Era só agir como médica. Tratar como paciente. Manter o profissionalismo.
Tomando coragem, ela puxou devagar o cós da calça dele.
A cintura dele…
Era de tirar o fôlego.
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