Segundo Casamento Arruinado por um Marido em Coma romance Capítulo 481

Depois de tantos anos, Lily já tinha começado uma nova vida. Agora havia outra pessoa em seu coração, alguém por quem ela se importava. Ela não buscava mais calor naquilo que chamava de família.

Ela nem se importava mais com eles. O tal arrependimento, os pedidos de desculpa—nada disso tinha mais significado para ela.

Sua voz ficou mais fria, carregada de desprezo. “Eu já disse. Não tenho mais nada a ver com vocês. Mathilda é sua irmã. Quando te vejo, quando ouço sua voz, só me faz lembrar de tudo de podre e me dá enjoo. Já que cortamos todos os laços, então não olhe pra trás. Saia! De agora em diante, não quero ter mais nada a ver com você!”

“Lily…”

Taylor deu um passo à frente de repente, os dedos tremendo enquanto tocavam o rosário que ele sempre usava no pulso esquerdo.

“Esse foi o rosário que você fez pra mim com suas próprias mãos. Pra terminar, seus dedos foram cortados várias vezes pela faca de entalhe. Você me disse que esperava que eu sempre estivesse seguro e saudável, que eu vivesse sem medo ou preocupação, que nossa família fosse sempre feliz e nunca se separasse. Todos esses anos, usei ele todos os dias. No meu coração, você sempre foi minha irmã. Lily, eu realmente, realmente me arrependo. Eu te imploro—me chama de irmão só mais uma vez, por favor?”

Ao ver o rosário no pulso de Taylor, Mergan não quis ficar pra trás. Ele puxou com cuidado o amuleto da sorte que usava no pescoço dia e noite.

“Lily, esse é o amuleto que você pediu pra eu ter oito anos atrás, quando eu estava gravemente doente. Você disse que, acontecesse o que acontecesse, eu sempre seria o irmão que você mais se importava. E você sempre foi a pessoa que eu mais me importei. Por favor, não fique mais brava com a gente. Volta pra casa comigo, tá bom?”

Lily não respondeu de imediato. Em vez disso, lançou um olhar de deboche para o rosário no pulso de Taylor e para o amuleto que Mergan acabara de tirar do pescoço.

Quando Taylor sofreu um acidente de carro e ficou inconsciente, ela ficou desesperada. Ouviu dizer que um rosário podia trazer paz e segurança, e que fazer um à mão para alguém que você ama era o gesto mais sincero.

Então, ela comprou os materiais e aprendeu sozinha a fazer um rosário, cortando as mãos no processo.

Oito anos atrás, quando Mergan ficou gravemente doente e quase não sobreviveu, ela ouviu que a igreja da cidade vizinha tinha amuletos considerados os mais eficazes.

Desesperada, correu até lá para rezar por ele e trouxe um de volta.

Ela nunca soube se foi coincidência ou se sua sinceridade tocou o céu, mas quando os médicos já tinham avisado a família para se preparar para o funeral, ela voltou com o amuleto—e milagrosamente, ele acordou e foi se recuperando aos poucos.

Quando fez o rosário e rezou pelo amuleto, tudo que ela queria era que Taylor e Mergan estivessem seguros e saudáveis.

Naquela época, ela teria até dado a própria vida para que eles tivessem uma vida longa e tranquila.

Mas o jeito que eles a maltrataram—não foi só por um momento, nem uma vez, nem um dia. Durou quase meio ano.

Todos os dias, durante aquele meio ano, novas feridas apareciam em seu corpo.

Sem dignidade. Sem esperança. Ela nem sabia como sobreviveu.

As lembranças daquele semestre eram dolorosas demais—tão dolorosas que ela nem ousava pensar nelas.