Aquele vídeo—Elsa tinha planejado deliberadamente para que Jing Youlin o enviasse para Lily.
Lily não o salvou porque não conseguia esquecer John, ou porque ainda sentia falta dele.
Não, ela o guardou porque sabia que um dia poderia ser útil.
Agora, ela ergueu o celular, a tela virada para John ver tudo claramente.
"Sim, você teve pena da Elsa."
"Teve tanta pena que correu atrás dela, que a beijou. John, você realmente é um santo puro e altruísta, não é?"
"Eu..."
John podia ouvir o veneno escorrendo da voz dela. Ele abriu a boca, instintivamente querendo se explicar.
Mas quando seus olhos caíram sobre o vídeo tocando no celular dela, cada palavra congelou em sua garganta.
As pessoas no vídeo eram ele e Elsa.
E o cenário era a casa de casamento dele e de Lily.
Mais precisamente—a sala das crianças naquela casa.
Ele sempre sonhou em ter uma filha como Lily, inteligente e adorável.
Por isso, quando preparou o quarto, só decorou para uma menina, pintando tudo de um rosa suave e alegre.
A escrivaninha do quarto foi desenhada por ele e Lily juntos. Eles gastaram trezentos mil para mandar fazer sob medida.
E agora, naquele vídeo, ele deitava Elsa delicadamente sobre a escrivaninha feita para a futura filha deles.
Elsa fingia dor de estômago.
Ele a segurava, massageando a barriga dela com carinho.
Ela dizia que a panturrilha estava travada.
Ele se agachava, massageando a perna dela, paciente e atento.
Então, de repente, Elsa se inclinou e pressionou os lábios nos dele.
E ele não se afastou.
Naquela mesma escrivaninha, construída para o sonho de uma filha com Lily, eles se beijaram como se não pudessem se separar.
Quando a alça do vestido de Elsa escorregou pelo ombro e seus corpos se aproximaram, o rosto de John ficou branco como giz.
Seus lábios tremiam, mas nenhum som saía.
Ele nem teve dignidade para baixar a cabeça e pedir perdão.
A verdade é que ele nunca gostou de estar perto de Elsa.
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