Resumo de Capítulo 1 – Uma virada em Seja minha Luna de Internet
Capítulo 1 mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de Seja minha Luna, escrito por Internet. Com traços marcantes da literatura Alpha, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.
Capítulo 1
Eu conseguia ver a fronteira e o carvalho ancião. Enxugando o suor da testa, olhei por cima do ombro. As garras faziam barulho conforme eles me perseguiam e pisavam nas folhas e galhos secos. Não consegui evitar gemer de pânico. A matilha não atravessaria a fronteira, e eu sabia que a árvore seria meu abrigo se eu pudesse chegar a tempo.
No momento em que um dos lobos estava me alcançando, dei uma guinada e pulei por cima de uma árvore caída.
Meus perseguidores eram mais rápidos e fortes, já que eram Alfas e Betas, mas eu era ágil e experiente. O fato de ser pequena também era uma vantagem para mim. Eu sabia como me esquivar, fazer curvas fechadas e saltar obstáculos mais rápido que Alfas e Betas.
Justo nesse momento, um lobo mais assustador quase mordeu minha perna e conseguiu afundar as garras na minha pele, o que me fez perder o equilíbrio.
"Ahh!" Senti uma dor excruciante na perna.
Vacilei por um momento e olhei para a panturrilha. O sangue jorrava do corte profundo, onde as garras haviam me dilacerado. O ferimento queimava, e meus olhos lacrimejavam. Eu conseguia sentir os lobos se aproximando sem a menor intenção de parar.
Respirei fundo e fechei os olhos. Senti a adrenalina percorrer o corpo e a utilizei como que em um último esforço para sair correndo e alcançar meu destino.
Eu mal consegui chegar lá.
Depois de quase bater a cara no tronco enorme, me virei e parei de vez. Se os lobos cruzassem a fronteira, eu estaria morta em segundos. A dor na perna era grande demais para suportar, e meus pulmões pareciam estar em chamas.
A estranha mistura de alegria, alívio e exaustão me deixou com vontade de chorar quando vi os lobos ameaçadores pararem de repente, a ponto de colidirem uns contra os outros e rolarem no chão, em meio a latidos confusos.
Caí no chão e segurei a perna com as duas mãos, apoiando-me na árvore que me deu abrigo, enquanto tentava desesperadamente recuperar o fôlego. Os Alfas e Betas aos poucos se reorganizaram e deram passagem ao líder deles.
"Se eu te pegar rondando o nosso território mais uma vez, vou arrancar a sua cabeça, ouviu bem?" A voz dele ecoou pelo ambiente e era tão grossa e intensa que senti o chão debaixo de mim vibrar.
Acordei com um sobressalto e olhei em volta, mas percebi que estava em meu quarto. Meu peito arfava, e engoli em seco enquanto ofegava. Fechei os olhos e me permiti alguns segundos para respirar fundo e tomar o sol da manhã. Algumas mechas de cabelo estavam grudadas na minha testa suada.
Tive aquele maldito sonho de novo.
Nunca consegui entender por que continuo tendo esse mesmo sonho. Quem são essas pessoas? Por que elas sempre me perseguem?
Nesse mundo, as pessoas são classificadas em três tipos: Alfas, Betas e Ômegas. Os Alfas são aqueles que mandam, além de serem considerados uma raça superior em todos os aspectos. Os Betas são o braço direito dos Alfas. Por fim, é a minha raça, a mais fraca: os Ômegas. Fazemos parte da sociedade, mas não temos voz, e os Alfas nos usam apenas para procriação, como se fôssemos escravas sexuais. Os únicos Ômegas respeitados são os da classe alta, a nata da nata. Um Alfa e um Ômega têm uma chance maior de produzir um Alfa Puro (alguém que herda todos os genes dominantes do Alfa). Portanto, Alfas costumam acasalar com Ômegas e se casar com Betas.
Ninguém liga para um Ômega fraco e patético como eu. Não tenho culpa de ser assim, nem entendo qual é o problema disso.
Pensar nisso me deixava deprimida, então suspirei.
Era melhor deixar para lá. Saí debaixo dos lençóis e levantei da cama. Eu precisava arrumar o quarto, senão minha mãe me deixaria passar fome o dia todo.
Após me certificar de que o quarto estava impecável, saí, fechei a porta atrás de mim e desci as escadas.
"Que tal esse aqui?" Ouvi a voz do meu pai no momento em que cheguei ao último degrau. Prendi a respiração para não fazer nenhum barulho.
Minha irmã tem vinte e um anos e vai precisar se casar, conforme a tradição.
"Não, ele tem quase trinta anos, Frank", argumentou a minha mãe, irritada. "Ele é um pouco velho demais pra minha filha. A Cara precisa de um Alfa rico e bonito. Esse cara não se encaixa no perfil e parece ser bruto."
"Bom, ele é um Alfa, querida. Nós somos todos um pouco brutos." Ela ouviu o pai suspirar, cansado.
Fazia alguns meses que eles estavam tentando encontrar um Alfa adequado para minha irmã.
"Ah, por favor! Você não machucaria uma mosca", bufou a minha mãe. "As pessoas acreditam que você é muito mais durão do que é na realidade. A Cara é um pouco sensível, então não quero que ela se assuste com algum Alfa violento. Ela precisa de alguém um pouco mais gentil."
"Rose!", gritaram o meu nome ao longe.
Ao virar-me e vê-lo, dei um grande sorriso. Era meu Alfa: Zain. Ele acenou para mim, e os olhos radiantes dele brilhavam, iluminados pelas luzes da rua. Nós não podíamos nos encontrar em casa porque meus pais não gostavam dele. Eles detestavam a família de Zain quando nós dois éramos amigos no colegial.
Tornou-se um desafio nos encontrarmos depois de descobrirmos como eles se sentiam, mas ele encontrou uma maneira. Fazia quatro anos que nos encontrávamos no mesmo lugar e sentávamos no mesmo banco até os dois precisarem ir embora.
"Oi", cumprimentei ele, sorrindo com timidez e me sentando no banco.
Ele pousou o olhar no meu rosto, apertou os olhos e suspirou: "Você chorou de novo?"
Abri a boca na mesma hora e coloquei as mãos no rosto. Como ele descobriu? Eu fiz questão de lavar os olhos...
"Consigo ver a verdade nos seus olhos." Ele lambeu os lábios. "Mesmo quando você tenta esconder ela de mim."
Desviei o olhar para baixo e fiquei olhando para meus velhos tênis. Às vezes, eu odiava quando ele fazia isso. Mas, no final das contas, Zain me conhecia bem demais, e era impossível esconder qualquer coisa dele.
Ele inclinou minha cabeça para cima e acariciou minha bochecha com o polegar. "Um dia, vou te tirar dessa vida."
A esperança floresceu no meu coração. A única razão pela qual não havíamos contado a ninguém a respeito da nossa relação era por conta da minha idade. Aos vinte e um anos, eu descobriria se Zain era mesmo meu Alfa ou não. Às vezes, as pessoas tinham sorte e acabavam ficando com os próprios namorados. Mas, outras vezes, tinham que seguir em frente com o novo companheiro.
Zain estava esperando por esse momento também. Decidimos que, mesmo que não fôssemos os companheiros um do outro, ficaríamos juntos. Era por isso que ele estava trabalhando em dois empregos, para ter meios de me tirar da minha família.
"Conto com isso."
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