Seja minha Luna romance Capítulo 4

/Ponto de vista dele/

Os barulhos da floresta de repente me tornaram consciente dos arredores. Minhas orelhas de Alfa ficaram atentas, e meu nariz se contraiu de leve. Lambi a ponta dos meus lábios rapidamente e pousei meus olhos na borboleta.

Sem perceber, dei uma risada despreocupada. Aos cinco anos de idade, já era fascinado por qualquer coisa que fosse colorida, assim como os outros filhotes. Dei vários pulinhos enquanto tentava pegar a borboleta que voava ao meu redor. Eu queria capturá-la e entregá-la ao meu pai. Talvez isso o animasse e o fizesse rir como eu.

Pelo canto dos olhos, notei que alguém se aproximava de mim devagar. Era um lobo gigante. Olhei em volta, procurando maneiras de escapar. "Alfas nunca fogem de uma luta", dizia meu pai. Contudo, lobos desse tamanho me assustavam, pois poderiam me destroçar com facilidade.

Para minha surpresa, o lobo mudou para a forma humana. O desconhecido se sentou de pernas cruzadas na minha frente, no chão da floresta cheio de folhas secas. Ele fez uma cara feia quando as folhas se esmagaram sob o peso dele, mas concentrou toda a atenção em mim mesmo assim. O que será que ele queria?

"Olá, filhote", disse ele em um tom amigável, estendendo a mão para me deixar cheirá-la, antes de acariciar o meu pelo macio e coçar atrás de minhas orelhas. Deixei escapar um grunhido de satisfação e me inclinei para que ele me acariciasse melhor.

Por fim, encarei-o. O homem não parava de olhar nos meus olhos. Meus amigos sempre disseram que havia algo de especial neles. Meus olhos verdes tinham um contorno dourado nas bordas, o que realçava a cor deles. Era uma cor rara que pertencia principalmente a Alfas com grande poder. Os anciãos sabiam histórias suficientes para reconhecer as características no momento em que me viram.

Aproximei-me sem tomar a precaução de cheirá-lo de novo. Inocente demais.

"Olha só, você vai ser um ótimo Alfa..." O estranho sorriu. Fiquei animado e comecei a saltitar, mostrando os dentes para ele.

Eu sabia! Meu pai sempre me encorajava, dizendo a mesma coisa todos os dias. Ouvir isso do estranho me deixou muito mais confiante. Eu queria que ele falasse isso ao meu pai. Quando alguém me elogiava, ele sempre ria com orgulho.

"Eu vou te dar um presente, pra você não se esquecer de mim", afirmou o estranho antes de me pegar e me colocar em meio às folhas. Eu fiz uma careta. Com gentileza, ele levantou meus braços para cima e olhou para o pelo branco na minha barriga.

Eu o encarava, curioso, enquanto me perguntava para o que ele estava olhando. Antes que eu pudesse me desvencilhar das mãos dele, o homem me segurou.

Em seguida, murmurou algo que não pude escutar e levantou a mão, colocando-a bem em cima do meu peito e concentrando toda a energia dele até o ponto onde estava pressionando o polegar. Eu nunca havia recebido uma marca antes, mas confiei em meu instinto. Uma luz emergiu dos dedos do homem de repente, quase me cegando, fazendo-me fechar os olhos de repente.

Não consegui me segurar e gritei quando a marca surgiu na minha pele, mas não me afastei por conta da dor. Havia um campo de energia em volta de nós que me mantinha imóvel. Eu me contorci até conseguir escapar dele e me levantei, apoiando-me sobre meus dois pés. A dor era tamanha que voltei à minha forma humana para me acalmar.

Um longo uivo ecoou pela floresta, e eu fiquei paralisado. Era meu pai, que devia estar procurando por mim. Minha matilha devia estar preocupada porque escapei para brincar na floresta. Cheirei o ar ao meu redor e concluí que eles estavam por perto.

O estranho levantou-se com pressa. "Vou voltar pra te ver um dia."

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