Seu Amor Verdadeiro romance Capítulo 214

POV do Herbert:

Por fim, deixei o Connor ir embora porque sabia que, no fundo, a culpa era minha, eu era o pecador.

Foi o Connor quem trouxe a Bella para o hospital, mas eu pensei em fazer a mesma coisa. Fui eu quem instruiu o Connor a entrar em contato com o médico e o hospital.

Mas, no final, não consegui superar meus próprios obstáculos.

Enquanto eu estava no hospital cuidando do Lucas, o Connor foi buscar a Bella.

Para ser honesto, quando soube do que estava acontecendo, me senti um pouco aliviado.

Finalmente havia esperança para o Lucas e ele poderia sobreviver, mas a consequência foi uma culpa dolorosa.

Talvez a Bella estivesse certa. Eu era um demônio.

Estava muito quieto do lado de fora da sala de cirurgia.

O corredor frio era como uma poça de água estagnada que deixava as pessoas assustadas e preocupadas.

Fiquei em frente à janela do corredor com o punho cerrado.

"Sinto muito pela criança e por ela. É tudo minha culpa. Se eu tivesse sido cruel o suficiente para terminar com a Caroline, o Lucas não estaria nessa situação e a Bella e o nosso segundo filho não estariam sofrendo."

Dei um soco na parede fria e dura e minha mão ficou coberta de sangue.

"Senhor Wharton..." Connor parecia querer dizer alguma coisa, mas acabou não dizendo uma única palavra.

Me virei para sentar na cadeira com as mãos enfiadas nos cabelos grossos.

"Senhor Wharton, fui eu quem armou tudo isso. Esse pecado é meu." Connor ainda estava tentando me confortar.

"Connor, você fez isso por mim."

Senti culpa e remorso. Eu não queria machucar a Bella, mas era só isso que eu sabia fazer.

"Não sou um homem competente nem um pai descente!"

"Senhor Wharton, o médico disse que se a criança nascer com oito meses e uma semana, muito provavelmente não terá problemas de saúde. Não se culpe. O senhor ainda precisa cuidar do Lucas."

As palavras do Connor aliviaram um pouco a minha tristeza.

Era verdade. O Lucas precisava de mim.

Eu precisava cuidar para que ele se recuperasse...

Mais uma hora se passou.

A porta da sala de cirurgia se abriu e um médico de jaleco branco saiu de lá.

"Doutor, como foi?" Perguntei imediatamente.

O médico tirou a máscara e exibiu um sorriso no canto da boca: "A paciente acabou de dar à luz uma menina. Os sinais vitais não são ruins, mas, afinal, ela é um bebê prematuro, então foi colocada em uma incubadora."

Ao ouvir isso, perguntei ansiosamente: "Como está a mãe?"

O rosto do médico ficou sério: "Ela perdeu muito sangue, precisou receber uma transfusão e vai ficar em observação."

Ao ouvir isso, franzi a testa e disse: "Doutor, por favor, faça o possível para ela ficar bem!"

"Senhor Wharton, não se preocupe. Faremos tudo o que for necessário." Respondeu o médico.

Então, lembrei de uma coisa e perguntei: "Doutor, a minha filha pode salvar o meu filho?"

O médico então respondeu: "O sangue da sua filha foi levado para passar por exames. Desde que o tipo sanguíneo seja o mesmo e que aja a compatibilidade, o transplante do seu filho poderá começar imediatamente! No entanto, devo lembrá-lo de que a chance de compatibilidade é apenas cinquenta por cento."

"Obrigado." Agradeci e caí em um longo silêncio.

Eu estava muito nervoso. Se o sangue da minha filha não fosse compatível com o do Lucas, eu não sabia como iria encarar.

Nos últimos seis meses, usei todas as minhas conexões para encontrar uma medula óssea compatível com ele. Infelizmente, o tipo sanguíneo do Lucas era o mesmo que o meu, um tipo raro, portanto a chance de compatibilidade era quase nula. A única esperança era a medula de irmãos do mesmo pai e da mesma mãe.

Se eu falhasse, o Lucas poderia não resistir.

Eu não aceitaria esse resultado e, mesmo tendo muito dinheiro e poder, não consegui fazer nada diante da vida.

POV da Bella:

No final, fui forçada a entrar na sala de cirurgia.

Por dois dias, fiquei atordoada, dormindo e acordando. Era como se estivesse deitada em uma nuvem branca. Todo o meu corpo estava mole e fraco. Quando abria os olhos, via branco por toda parte.

No meu sono, eu estava pensando no bebê na minha barriga. Tive inúmeros sonhos: sonhei com uma linda bebê, que crescia e corria até mim...

Finalmente, dois dias depois, acordei.

"Você acordou?" Uma voz masculina gentil soou em seu ouvido.

Virei a cabeça e fiquei surpresa ao ver o Klein sorrindo para mim.

Por um momento, não consegui dizer se ainda estava sonhando.

Olhei em volta, vi que era tudo branco e tive certeza que estava no hospital.

De repente, sentei-me, agarrei a mão do Klein e perguntei: "O bebê, onde está o meu filho?"

Klein disse apressadamente: "A criança está bem, mas, como ela nasceu prematura, foi colocada em uma incubadora."

Ao ouvir isso, hesitei, mas agarrei o braço do Klein e me recusei a soltá-lo: "Você não está mentindo para mim, não é? Ela está aqui?"

Pensei em quando estava deitada na sala de cirurgia. Parecia que eu tinha ouvido o choro de um bebê, mas não me lembrava de mais nada.

Klein pegou o celular e disse: "Tirei uma foto dela. Olha só."

Não ousei pegar o telefone das mãos de Klein porque tinha medo de que aquela criança me deixasse como a outra e nunca mais voltasse.

"É uma menina. Ela é muito linda e fofa." Klein riu enquanto falava.

Ao ouvir isso, peguei o telefone e olhei para baixo. Vi uma bebê pequena envolta em uma colcha rosa na tela do celular.

Os olhos dela estavam fechados e as duas pequenas mãos erguidas em ambos os lados da cabeça. Ela estava muito fofa dormindo, mas era pequena e magra, fazendo com que as pessoas sentissem pena dela à primeira vista.

Eu não conseguia tirar os olhos da tela do telefone: "Por que ela é tão magra?"

Klein me consolou: "Como ela nasceu prematura, é um pouco menor do que um um bebê comum, mas eu já falei com o médico e isso não importa e nem vai afetar o crescimento dela. Daqui alguns meses, ela vai ser tão saudável quanto qualquer outra criança."

Estendi a mão para tocar o rostinho da minha filha na tela do celular. Sabendo que ela estava sã e salva, finalmente fiquei aliviada e a minha ansiedade gradualmente desapareceu.

Devolvi o telefone para o Klein e perguntei: "O médico disse quando ela vai sair da incubadora?"

"Ela é um bebê prematuro. Ele disse que pode levar cerca de duas semanas." Respondeu Klein.

"Ah." Eu balancei a cabeça e torci para que o tempo passasse depressa.

Então, lembrei de algo. Ergui a cabeça e perguntei para ele: "O que você está fazendo aqui?"

Eu me lembrava claramente de ter sido levada à força para o hospital pelo Connor. Por que o Klein estava comigo agora?

Ele hesitou por um momento, depois olhou para mim e disse: "O Herbert me ligou e disse que você tinha dado à luz neste hospital. Ele me pediu para vir e cuidar de você."

Ao ouvir isso, fiz uma careta.

Mas é claro!

Foi tudo uma armação do Herbert.

Eu não conseguia entender porque ele fez isso.

Ele pediu para os homens dele me trazerem até o hospital e obrigou o médico a fazer uma cesariana.

Agora, ele não estava mais interessado em mim, nem na minha filha e nos deixou nas mãos do Klein.

O que ele queria? Ele estava me enganando? Mas isso não foi longe demais? Ele tinha algum problema mental para me fazer sofrer e prejudicar a saúde da criança?

Klein continuou: "Dois dias atrás, a Bert me ligou para dizer que você tinha desaparecido. A vovó ficou muito nervosa e estava prestes a chamar a polícia."

"O Herbert me ligou do nada e disse que você já está em trabalho de parto. Ele tinha algo importante para resolver, então me pediu para vir e cuidar de você."

Não consegui controlar minhas emoções e gritei: "O Herbert é desumano! Ele é um demônio!"

Klein rapidamente agarrou minha mão e perguntou: "Bella, o que exatamente aconteceu? Ainda faltava bastante para a data prevista do parto, não? Por que você deu à luz assim, de repente?"

"Foi o Herbert. Ele me fez desmaiar e depois pediu ao médico para fazer uma cesariana. Por isso que a minha filha está na incubadora..." Não consegui mais conter minhas emoções e comecei a chorar.

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