Contanto que esteja resolvido, tá tudo certo.
David tinha vindo de táxi, e agora estava no carro dela, sentado no banco do motorista.
Luana contornou a frente do carro, entrou no banco do passageiro e, ao olhar pra ele, percebeu que algo no seu humor parecia fora do lugar.
— O que foi?
David sempre teve um temperamento e uma postura frios, bem rebeldes. Na maior parte do tempo, era despreocupado, relaxado, com aquele ar de quem não tá nem aí, meio marrento, difícil de lidar.
Esse tipo de atitude não costumava atrair simpatia.
Mas naquele momento, David claramente estava com algo na cabeça, e curiosamente, até que estava mais apresentável.
— Se não vai me contar, então para de bancar essa cara. Só me deixa preocupada à toa.
— Preocupada? — David olhou pra ela, incomodado. — Você já não queria mais saber de mim como irmão faz tempo, né? Agora nem disfarça mais.
— Como você sabe que, na verdade, eu queria uma irmã?
— Luana, você...
— Fala direito ou desce do carro. — Luana já sabia exatamente como lidar com David.
O que ele dizia, ela nem escutava, nem olhava. Aí tudo ficava bem.
O importante era nunca entrar na lógica dele.
David era do tipo que gostava de bater de frente com Luana.
— Se eu fosse descer, estaria no banco do motorista? Vou te levar pra casa. Fala pra dona Teresa deixar o jantar pronto.
Inicialmente, David não tinha planos de ir pra casa de Luana.
Mas as coisas que Júlia disse mais cedo ficaram martelando na cabeça dele.
Aquela arrogância podre da Júlia, aquele jeito de tratar os outros como lixo, mostrava claramente como Luana devia ter vivido mal na casa dos Ribeiro.
Só que antes, David tinha se afastado da Luana por vontade própria, não se importava com ela, então não sabia de nada disso.
Se soubesse, com certeza teria tirado Luana daquela casa à força.
Mesmo que ela fizesse escândalo, ele teria amarrado ela dentro de casa, não deixaria ela voltar de jeito nenhum.
Agora, David só conseguia sentir arrependimento. E culpa.
Se odiava por não ter amadurecido antes.
Se tivesse se importado só um pouco mais, Luana não teria sofrido tanto. Pelo menos não teria sido feita de trouxa por três anos!
E no fim, ela ainda teve que consertar a bagunça que ele mesmo tinha deixado depois do divórcio.
Porra... A Júlia falou uma coisa certa.
Pensando bem, ele era mesmo um peso morto...
Quanto mais pensava, pior se sentia. Era como se uma flecha tivesse atravessado o coração, porque quando a gente realmente se importa com alguém, tudo o que mais quer é que essa pessoa nunca se machuque.
Porque dá pena. Porque dá dó.
E porque Luana era a irmã dele. A única irmã de verdade.



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Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Sim! Me Casei Com Irmão Do Ex
A marca d'água em cima do texto, fica ruim....
Pq vcs não facilitam a vida dos leitores com pagamento em pix...