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Sim! Me Casei Com Irmão Do Ex romance Capítulo 691

O que mais abalava Luana era ver alguém que amava se ferir.

Foi por isso que ela realmente ficou com raiva.

Quando viu os cortes no braço de Dante, seu rosto empalideceu de imediato.

Sem que ninguém precisasse dizer nada, Monica logo mandou trazer o kit de primeiros socorros.

Dante sentou-se no sofá enquanto o ferimento era tratado.

Luana quis ajudar ela mesma, mas ele, ao perceber o quanto ela estava preocupada, recusou:

— Luana, eu tô bem. Vai comer alguma coisa, eu vou ficar bem logo.

— Quero ficar te olhando. — Disse Luana, sem intenção alguma de ir embora.

Quando se tratava de alguém doente, ela sempre se importava, costumava ficar por perto, porque sabia que nesses momentos a presença de alguém fazia toda a diferença.

Dante ficou rígido por um instante e acabou soltando um suspiro:

— Tá bom.

O médico da casa tratava o ferimento com precisão. O corte não era tão profundo quanto parecia, não precisaria de pontos. Bastava limpar, passar o remédio e evitar o mar por alguns dias.

— Nada de molhar o braço, e muito menos entrar na água.

Luana relaxou um pouco e acompanhou o médico até a saída.

Dante observava seus movimentos, os lábios cerrados em silêncio.

O ferimento no braço não significava nada pra ele, nem chegava a doer.

O que realmente o abalava era a reação de Luana, isso o enchia de culpa e repulsa por si mesmo.

Há pouco, ele simplesmente perdeu o controle… quis usar aquilo como forma de…

Pra ser sincero, Dante nunca foi confiante nesse relacionamento. E Henrique era uma bomba-relógio.

Luana odiava Henrique por ser frio e cruel. Mas… e se ele mudasse?

Dante conhecia Henrique desde a infância e sabia exatamente como ele era, assim como Henrique também o conhecia.

Quando Henrique disse “eu te amo” para Luana, Dante soube na hora que era de verdade.

Não precisava de prova alguma pra ter certeza disso.

Assim como Henrique, que confiava apenas na própria intuição, Dante também sabia que, por amor ao avô, ele era capaz de fingir ser o neto obediente e perfeito.

Cresceu sem pais, em um ambiente hostil, sem segurança alguma.

Desde criança, precisou conquistar o afeto do único que se importava com ele. Nunca teve o direito de ser ele mesmo, nem de se irritar.

E depois, quando voltou à família Siqueira na Cidade J, tudo piorou.

Precisava se proteger, suportar, planejar a vingança.

A astúcia se tornou parte do seu sangue.

A sombra era o seu território natural.

O que havia dentro dele... era algo difícil de se encarar.

E, diante disso, a bondade de Luana o feria mais do que qualquer lâmina.

Mas ele não conseguia abrir mão dela.

Ele não suportava ver Henrique olhando para Luana com aquele olhar apaixonado, nem o modo como se declarara diante dele.

Cobrir os olhos dela fora um reflexo.

Não podia permitir que Luana voltasse a correr um risco por ele.

Nem deixá-la se preocupar daquele jeito.

Talvez ele realmente tivesse criado diante dela uma imagem perfeita demais, mas também perigosa demais.

E se um dia Luana descobrisse tudo?

Henrique o conhecia bem demais.

Mesmo que conseguisse fingir por toda a vida, a culpa o corroeria até o fim. A consciência simplesmente não o deixaria em paz.

Talvez fosse melhor contar tudo a Luana agora.

Ela… talvez não o odiasse tanto assim, certo?

Nesse momento, o celular de Dante vibrou.

“Feliz aniversário para o nosso criminoso em potencial, Sr. Dante.”

Era uma mensagem de Frederico, um veneno disfarçado de piada.

Dante ficou olhando para as palavras “criminoso em potencial”.

Lembrou de si mesmo, o garoto que, sem hesitar, havia enfiado uma faca em Frederico.

Os planos daquela noite já eram baixos o bastante… mas o que ele escondia era ainda pior.

Como Luana poderia aceitar algo assim?

Ela amava o Dante confiável, gentil. Não o sociopata que teve coragem de cravar uma lâmina no coração de alguém.

De repente, uma dor lancinante atravessou sua cabeça.

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