Sim! Me Casei Com Irmão Do Ex romance Capítulo 694

— Por que não me contou? — Luana perguntou.

Depois de pensar por um momento, completou:

— Ou você tava esperando que eu mesma te dissesse?

— Não sei… talvez. — Respondeu Dante.

Luana, de repente, se deu conta de algo, será que o seu Dante estava sendo cuidadoso demais com ela?

E como é que só percebeu isso agora?

— Você devia ter falado comigo direto. Eu não comentei nada porque achei que você ia ficar bravo, e também não queria tocar no nome do Henrique… Mas então você ficou todo esse tempo esperando que eu contasse, não é? Deve ter sido exaustivo pra você.

Ela ergueu o dedo e tocou de leve a têmpora dele.

— Você pensa demais, sabia? Assim vai acabar cansando a cabeça.

Dante a encarou por um tempo, depois disse:

— Obrigado.

— De novo?

— Porque você é boa demais. — E eu não sou bom o bastante.

Um pensamento se abriu dentro dele.

Quando era criança, pra conquistar o afeto do avô, ele fingia ser o neto obediente. Agora, pra merecer o amor de Luana, ele também podia fingir ser o homem que ela queria.

Mesmo que fosse pra sustentar essa máscara pro resto da vida.

Mais do que temer que ela visse seu lado escuro, o que Dante mais temia era perdê-la.

Ao lado dela, sentia calor, alegria.

E quanto mais tempo passava com ela, mais fundo se afundava nesse amor.

E se não podia suportar a ideia de perdê-la, o único jeito era esconder bem fundo o que realmente era.

Seu objetivo era simples, ficar com ela.

Sabia o que queria, e sempre fez o que fosse preciso pra conseguir.

Como quando se vingou de Frederico, de forma suja e cruel, mas no fim, ele conseguiu o que queria, não foi?

Ele podia agradar Luana por uma vida inteira.

E era o que devia fazer.

Luana, por sua vez, ficou radiante com o elogio. Sozinha, costumava ser afiada, mas ao lado dele, tornava-se alguém mais suave.

Jamais imaginou que um dia seria capaz até de fazer manha.

E cada vez mais natural nisso.

Às vezes, só de lembrar, sentia vergonha de si mesma.

Se não estivessem ao ar livre, talvez ela já tivesse se jogado nos braços dele.

Mesmo assim, ainda se preocupava com o braço.

— Me solta.

— Fica mais um pouco. — Dante apoiou o queixo no pescoço dela.

Tapou a boca dele às pressas.

— Chega, não fala mais nisso!

Dante beijou a palma da mão dela.

— Tá bom, parei.

A palma da mão de Luana formigou, e a sensação subiu até o coração, que começou a bater descompassado. À luz do luar, ela olhou para o rosto de Dante, e o coração acelerou ainda mais.

Um instante antes, ela ainda se preocupava em ser vista pelos amigos, agora, sem conseguir se controlar, inclinou-se e beijou de leve o canto dos lábios dele.

Dante retribuiu o beijo.

Luana era contida, diferente do jeito exagerado de Samuel e Vivian.

Afastaram em poucos segundos, depois ficaram apenas se olhando, o olhar grudado um no outro, trocando silêncios que diziam tudo.

Se não fosse pelo lugar, teriam continuado aquele beijo por muito mais tempo, nos olhos dos dois ainda restava um gosto de querer mais.

Luana ficou trocando olhares grudentos com ele por alguns segundos, até que, envergonhada, pigarreou e mudou de assunto:

— Vamos entrar?

— Daqui a cinco minutos. — Murmurou Dante, com a voz suave, bem perto do ouvido dela.

Ela sorriu.

— Tá bom, cinco minutos então.

Enquanto os amigos se divertiam na sala, os dois ficaram do lado de fora, conversando de coração aberto. Outro beijo doce veio depois, e todo o mau humor que Henrique trouxera já tinha se dissipado há muito tempo.