Sinto muito, Sr. Teófilo, a senhora faleceu romance Capítulo 323

No uivo do vento, Patrícia não caiu no mar.

Teófilo e Daniel agiram simultaneamente, segurando suas mãos.

Apesar de ser a primeira vez que trabalhavam juntos, a sintonia entre os dois era indescritível e eles a trouxeram para a margem conjuntamente.

Teófilo puxou Patrícia para si, segurando firmemente seu corpo gelado:

- Paty, desculpa.

Patrícia não respondeu, Teófilo a levou de volta para a cabine do barco.

Ao passarem um pelo outro, Daniel e Patrícia se olharam.

Daniel pensou em dizer algo, mas as palavras não saíram.

Ele recordou o que Patrícia sussurrara recentemente no convés:

- Daniel, vou tentar te salvar de forma extrema. Após nos separarmos, saia da Cidade A o mais rápido possível e não volte por um tempo.

- Irmã, não faça nada precipitado, estou bem. Estou preparado para um possível fracasso. Não se martirize por mim.

Patrícia esboçou um sorriso resignado, mas seus olhos brilhavam com uma determinação inabalável.

- Fique tranquilo, ainda preciso manter minha vida para descobrir a verdade. Não vou morrer. - Patrícia disse friamente. - Se a dose deste medicamento for leve demais, estaremos ambos acabados.

Foi então que Daniel compreendeu por que Patrícia encenou essa situação.

Ela não buscava apenas a morte, mas sim uma saída desesperada, buscava um caminho para ela e para ele.

Se fosse capturada de volta por Teófilo como antes, só lhe aguardaria uma vida de aprisionamento eterno.

Patrícia teve que recorrer a esse último recurso, encenando um suicídio.

Era o único jeito de pressionar Teófilo, mas a consequência era que ela mesma não o veria por um tempo.

Teófilo, abalado pelas sucessivas ações de Patrícia, estava assustado, o que ele mais temia era a partida de Patrícia.

Essa cena parecia familiar e estranha para Patrícia.

Ela lembrou dos primeiros meses de casamento, quando Teófilo buscou um médico tradicional chinês para cuidar de sua saúde pré-gravidez.

Ela odiava medicina chinesa, sempre recusava.

Teófilo usava a colher para alimentá-la, ela estava tão desconfortável que acabou cedendo e tomando tudo de uma vez.

Patrícia só aceitava o que lhe era conveniente. Ela abaixou a cabeça e tomou um pequeno gole, ainda detestando o sabor, franziu a testa involuntariamente.

Quem sabe quantas fatias de gengibre o cozinheiro tinha colocado, não tinha um grama sequer de açúcar, fazendo até a ponta da língua arder.

Ela fez uma careta e disse friamente:

- Se é tão bom, prove você mesmo.

- Claro, eu provo. - Teófilo, então, segurou sua nuca e selou seus lábios.