Sinto muito, Sr. Teófilo, a senhora faleceu romance Capítulo 434

Se fosse possível, Simão não queria o rim de Patrícia. Mas o que era estranho considerando todo o dinheiro e conexões que ele havia utilizado nos últimos anos sem encontrar um rim compatível.

No início, suas expectativas eram baixas, mas era surpreendente que um simples teste revelasse compatibilidade com o rim de Patrícia.

Simão, com insuficiência renal avançada, dependia da diálise para sobreviver. Se continuasse assim, ele estaria à beira da morte.

Assim, ele não tinha o luxo de recusar. Como o primogênito da família Bastos, carregava o peso do legado familiar e precisava realizar o transplante o mais rápido possível.

Ao ver o rosto pálido de Patrícia, ele hesitou:

- Paty, se quiser voltar atrás, não vou te culpar. Posso encontrar outra fonte para o rim.

Patrícia negou com a cabeça:

- Sr. Simão, já tomei minha decisão.

Não existia almoço grátis no mundo. Ela e Simão não tinham laços familiares e o único recurso que ela podia oferecer era seu rim.

Com as mãos incapacitadas e enfrentando uma doença grave, sua expectativa de vida era incerta. Ajudar Simão antes de sua morte era motivo suficiente para ela se alegrar.

- Não precisa se preocupar. Sou adulta e sei o que estou fazendo. Posso cuidar da minha própria vida. Não vamos prolongar isso, você tem tantos assuntos para resolver no país e sua irmã ainda está desaparecida.

Simão suspirou de alívio e disse:

- Nunca vi alguém tão gentil quanto você. Seria ótimo se você fosse minha irmã.

- Minha vida não vale muito. Não teria um irmão tão incrível quanto você.

Ela nem ousava pensar nisso.

Patrícia logo se deitou na mesa de cirurgia com a equipe médica especializada em transplantes trazida por Simão.

Ela temia a mesa de cirurgia, a luz intensa trazia à sua mente a lembrança dolorosa do dia em que perdeu seu filho.

Ela nunca teria a chance de ter outro nesta vida.

Com os olhos fechados, ela deu com calma as instruções:

- Tenho alergia a anestesia, então não se incomode em me dar.

Quando a equipe médica se aproximou, a pressão aumentou para Patrícia.

- Srta. Patrícia, estamos prestes a começar. Fique tranquila, somos profissionais e costuraremos você o mais rápido possível.

- Está bem.

Ela pensou que não sentiria mais medo da dor, mas quando a lâmina cortou sua pele, percebeu que mesmo um corpo marcado pela dor ainda podia sentir.

- Srta. Patrícia, aguente firme.

- Vocês podem começar! - Patrícia disse, sentindo uma dor que distorcia sua voz.

De repente, um estrondo ecoou na ilha. Os médicos pararam com suas facas no ar.

Patrícia disse às pressas:

- Não parem! Continuem!