Sinto muito, Sr. Teófilo, a senhora faleceu romance Capítulo 458

Teófilo, desde que soube da gravidez de Patrícia, tinha vivido em constante tormento, reprimindo ferozmente os instintos selvagens que fervilham em seu íntimo, com medo de prejudicar Patrícia.

Mesmo assim, a raiva em seu peito continuava a crescer a cada dia e a inveja o transformava completamente.

Ele se perguntava repetidamente por que o filho não era dele, pois assim não precisaria passar por essa angústia.

Enquanto Gabriel o ajudava a fazer um curativo, aconselhava:

- Presidente Teófilo, acalme-se um pouco, pare de se ferir.

Teófilo sorriu amargamente:

- Gabriel, se fosse você, o que faria?

- Presidente Teófilo, eu ainda não tenho esposa, não posso fazer essa suposição, não posso oferecer conselhos úteis.

Gabriel sabia que Teófilo agora era como alguém dirigindo cansado em alta velocidade, com uma corda tensa em seu corpo. Qualquer descuido poderia levar a um desastre.

Ele não ousava sugerir e nem podia.

A principal razão para o conflito entre Patrícia e Teófilo era Rafaela.

Por mais insuportável que ela fosse, Rafaela era a irmã que Teófilo procurou durante muitos anos, sentindo-se em dívida com ela.

Essa espinha não podia ser removida e Patrícia nunca o perdoaria enquanto ela existisse.

- Mas o que eu quero dizer é que a Srta. Patrícia já perdeu um filho. Ela levou muito tempo para se curar. Para alguém que ama tanto crianças, esse filho é a razão de sua vida. Se você, de repente, prejudicar o filho dela, eu temo que ela faça algo contra si mesma.

Gabriel sentia que as coisas estavam indo cada vez mais para um extremo, algo que como observador ele não gostaria de ver.

- Eu sei, claro que eu sei.

Ele só soube como Patrícia superou a situação quando Suzana falou.

Ela se importava mais com a existência desse pequeno ser do que qualquer outra pessoa.

- Mas eu não consigo suportar ela gestar o filho de outra pessoa. Se não lidarmos com isso agora, quando esse bastardo crescer, eu o verei como um símbolo da traição de Paty. Vou sofrer a cada segundo, a cada momento.

Essa era a solução que Gabriel considerava a melhor, afinal, não se podia submeter Patrícia a outra cirurgia, outra ferida no coração.

Teófilo se inclinou para trás na cadeira, permitindo que Gabriel fizesse o curativo, seu rosto sombrio e imprevisível, sem revelar sentimentos de alegria ou raiva.

Gabriel também não ousou dizer mais nada, Teófilo precisava de tempo para entender esse problema.

Se ele não conseguisse superar esse obstáculo emocional, Patrícia inevitavelmente enfrentaria perigos.

Mas se Teófilo realmente optasse por esse caminho, a relação entre os dois seria irremediavelmente comprometida.

Como espectador, Gabriel estava suando frio pela relação dos dois.

Esperava que as coisas corressem mais suavemente para eles dali em diante.

Ele deu uma olhada no braço machucado de Teófilo. Se as coisas continuassem assim, Teófilo se tornaria igual à sua mãe.

Um louco que não só se machucava, mas também machucava os outros.