Sinto muito, Sr. Teófilo, a senhora faleceu romance Capítulo 519

Embora Patrícia nutrisse ódio por Teófilo, as palavras dele não eram sem razão.

Pelo bem dos filhos, ela precisava aproveitar o poder de Teófilo.

Desconsiderando os sentimentos, ela apenas queria encontrar um lugar seguro para ter uma gestação tranquila.

Patrícia se mudou novamente e desta vez Teófilo enfatizou repetidamente para não contar a ninguém, era melhor ser cuidadosa.

A nova casa era à beira-mar. Ao abrir os olhos, ela podia ver o oceano azul, com montanhas ao fundo, oferecendo uma vista deslumbrante.

Era um lugar ideal para cultivar o corpo e a mente.

Entretanto, a cada amanhecer, não havia mais aquela figura ocupada no quintal.

Não havia mais o pai gentil que a ensinava a esculpir.

João foi transferido depois que sua condição se estabilizou, acompanhado por profissionais de saúde durante todo o dia.

Ele deitava silenciosamente na cama de hospital, com uma aparência mais calma após o esforço para recuperar a cor nas últimas semanas.

Os olhos se fecharam suavemente, como se estivesse apenas dormindo.

Mas Patrícia sabia que, desta vez, ninguém poderia salvá-lo.

Não seria possível realizar outra cirurgia de crânio em curto prazo, mesmo que um mestre de medicina viesse, pois o risco seria muito grande.

A melhor opção era manter ele assim, embora houvesse uma grande probabilidade de que, em algum momento, ele partisse e a chance de acordar era bastante remota.

Mesmo assim, Patrícia não o abandonou. Cuidava dele diariamente, aguardando o dia em que João acordaria.

No entanto, ao ver as esculturas de madeira que João ainda não havia concluído, suas lágrimas se acumulavam nos olhos.

Um quarto estava cheio dos brinquedos esculpidos por ele, desde tambores até berços, passando por cavalinhos de madeira e várias outras peças.

Suzana também estava com os olhos vermelhos, esfregando os olhos enquanto dizia:

- O Sr. João ansiava mais do que qualquer um pelo nascimento do seu filho. O trabalho dele diário era muito intenso, às vezes ele nem dormia até as doze da noite. Eu costumava dizer a ele para descansar mais cedo, pois o futuro é longo. No entanto, o Sr. João sempre dizia que as coisas no mundo são imprevisíveis. Tudo o que ele podia fazer era fazer o máximo por você e pelas crianças no tempo limitado. Na época, eu achava que ele estava sendo excessivamente preocupado, mas agora percebo que as preocupações dele não eram infundadas. É uma pena, o Sr. João é uma pessoa muito boa. Por que ele teve que se envolver nisso?

Desde a infância, ela foi o tesouro nas mãos de João. Juliana partiu cedo, mas João fez o possível para compensar a perda da mãe, ensinando ela a ser excelente e responsável.

Mesmo diante das adversidades, ela raramente derramava lágrimas.

Como essa pessoa, que costumava ser um pequeno sol, se tornou assim?

Sua vida estava um caos.

Ao abrir os olhos, ela não via um vestígio de luz, apenas escuridão.

Até o ar parecia uma teia gigante que a sufocava.

A injustiça, a insatisfação e a frustração acumuladas em seu coração explodiram neste momento.

- Eu já não tenho mais um filho, não tenho mais uma mãe, não quero perder também meu pai! Por que o céu não pode atender a um pedido tão pequeno?

Patrícia sentiu que as pessoas e coisas importantes em sua vida estavam escorrendo como água e um dia ela também desapareceria deste mundo.